PIB do Brasil sobe 0,4% no 2º tri, mas mostra desaceleração; entenda

O Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil avançou 0,4% no segundo trimestre de 2025, na comparação com os três primeiros meses do ano. O resultado indica o maior patamar desde o início da série histórica, iniciada em 1996, mas mostra uma desaceleração em relação ao crescimento reportado nos trimestres anteriores. 

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O PIB do Brasil atingiu, em valores correntes, um montante de R$ 3,2 trilhões entre abril e junho. Além disso, os segmentos de Serviços e Consumo das Famílias também atingiram níveis recordes. 

A expectativa dos analistas consultados pela Reuters apontava para um avanço de 0,3%. Apesar do número acima do esperado, o dado representa uma desaceleração em relação aos três primeiros meses deste ano, quando a economia brasileira avançou 1,3%, após revisão.

“Os dados do PIB do 2T25 já refletem sinais de moderação após o forte crescimento do início do ano. Os maiores destaques vieram, pelo lado lado da oferta, dos segmentos de Serviços e da Indústria e, pelo lado da demanda, do Consumo das Famílias”, explica Rafael Perez, economista da Suno Research.

Desempenho do PIB por setor

O setor de Agropecuária, que havia sido destaque nos três primeiros meses de 2025, registrou leve queda de 0,1% no segundo trimestre. O recuo foi compensado pelo crescimento de 0,6% em Serviços e de 0,5% na Indústria.

No lado da demanda, o Consumo das Famílias avançou 0,5%, enquanto o Consumo do Governo caiu 0,6%. Já os Investimentos tiveram retração de 0,2%, resultado associado à queda na Construção e na produção de bens de capital.

Segundo o IBGE, o setor de Serviços atingiu nível recorde após crescer 0,6% no período, puxado principalmente pelas atividades financeiras, de seguros e serviços relacionados, que tiveram expansão de 1,2%. Também se destacaram informação e comunicação (1,2%) e transporte, armazenagem e correio (1,0%).

A Indústria foi impulsionada pela alta de 5,4% na Indústria Extrativa. Em contrapartida, houve queda em Eletricidade e gás, água, esgoto e gestão de resíduos (-2,7%), Indústrias de Transformação (-0,5%) e Construção (-0,2%).

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O que esperar da economia brasileira nos próximos meses?

Para os próximos trimestres, o consumo das famílias deve seguir como um dos principais sustentadores da atividade. De acordo com Perez, a melhora no mercado de trabalho e a manutenção de programas sociais continuam garantindo um ambiente favorável.

Em relação aos investimentos, o economista ressalta que a política monetária restritiva segue limitando o crescimento. “A Formação Bruta de Capital Fixo recuou 2,2% no trimestre, resultado que reflete os efeitos da política monetária restritiva. As perspectivas de manutenção da Selic em 15% até o início do próximo ano, somadas a condições menos favoráveis para o crédito, devem continuar limitando os investimentos e dificultando a sustentação do crescimento do setor ao longo de 2025”, avalia Perez.

De acordo com o economista, o cenário geral reforça uma tendência de moderação no crescimento do PIB brasileiro nos próximos trimestres. “A política monetária restritiva tende a impactar com mais força a atividade na segunda metade do ano, ao mesmo tempo em que o elevado endividamento das famílias, as incertezas fiscais e as turbulências externas podem adicionar riscos”, diz ele.

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Giovanna Oliveira

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