Petz (PETZ3): entre bons resultados e a espera por Cobasi, BTG mantém cautela com o papel

Petz (PETZ3) conseguiu entregar um terceiro trimestre com números expressivos, o lucro mais que dobrou e o EBITDA subiu dois dígitos, impulsionados por eficiência operacional e avanço de marcas próprias. Mas, apesar da boa performance, o BTG Pactual avalia que o mercado ainda é desafiador e manteve recomendação neutra para o papel, com preço-alvo de R$ 5,00.

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PETZ3 cresce em receita, margem e caixa

No trimestre, a Petz registrou receita bruta de R$ 1,09 bilhão, alta de 6,9% em relação a 2024, com destaque para o avanço de 7,3% nas vendas B2C e 13,4% em serviços. O lucro líquido ajustado alcançou R$ 31,3 milhões, aumento de 40,3% na comparação anual, enquanto o EBITDA ajustado cresceu 12,6%, para R$ 83,9 milhões, com margem de 7,7%.

O destaque ficou por conta do salto de 36% no faturamento de marcas próprias, que agora representam 12,8% das vendas totais, o que contribuiu para uma margem bruta de 39,6%, avanço de 0,7 ponto percentual em um ano. A empresa também reforçou sua geração de caixa: o fluxo de caixa líquido somou R$ 140,5 milhões, revertendo posição de endividamento e encerrando o trimestre com caixa líquido de R$ 81 milhões.

“Essa evolução reforça a disciplina financeira da companhia e a capacidade de converter EBITDA em caixa, garantindo solidez e flexibilidade para sustentar os próximos ciclos de crescimento”, destacou a administração da Petz em nota divulgada ao mercado.

BTG: melhora operacional é visível, mas fusão com Cobasi segue como gatilho

Na avaliação do BTG Pactual, o desempenho recente da companhia reforça a capacidade de execução, mas o verdadeiro gatilho para as ações ainda depende do desfecho da fusão com a Cobasi.

“O trimestre foi positivo, com expansão de margens e sólida geração de caixa, mas a consolidação do setor é o que realmente pode destravar valor”, afirmam os analistas Luiz Guanais, Yan Cesquim e Pedro Lima em relatório. Segundo eles, a fusão “pode trazer sinergias relevantes e maior racionalidade competitiva”, mas a competição permanece acirrada, o que justifica a manutenção da recomendação Neutral.

O BTG vê a ação negociando a 22 vezes o lucro estimado para 2025 (ex-Cobasi), com potencial de valorização de 32,6%, e mantém o preço-alvo em R$ 5,00. O banco destaca que o setor segue “fragmentado e competitivo”, e que o foco da Petz em eficiência e caixa é o diferencial em meio ao ambiente macroeconômico adverso.

Fusão com Cobasi aguarda decisão final do Cade

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A empresa informou que o processo de fusão com a Cobasi segue em análise no Tribunal do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), após recurso apresentado pela concorrente Petlove. A expectativa é de que a decisão final ocorra até a primeira quinzena de dezembro de 2025.

“A Petz mantém confiança na decisão dos conselheiros, uma vez que os estudos e o parecer técnico já reconheceram que a operação não apresenta riscos concorrenciais em um mercado altamente pulverizado e competitivo”, afirma o comunicado da companhia. Caso aprovada, a empresa combinada deve deter cerca de 11% de market share no varejo pet brasileiro, tornando-se líder isolada do setor.

No curto prazo, o desempenho das ações da Petz (PETZ3) seguirá atrelado ao desfecho dessa operação, que pode redefinir o equilíbrio de forças no mercado. Enquanto isso, a empresa avança em eficiência e geração de caixa, em um ambiente que o BTG Pactual ainda classifica como “competitivo e desafiador”.

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Maíra Telles

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