Petz (PETZ3) e Cobasi: Cade aponta riscos de concentração em fusão
O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) apresentou restrições formais o processo de fusão entre a Petz (PETZ3) e a Cobasi, duas das maiores redes de pet shop do país. Em informe divulgado nesta segunda-feira (26), a entidade apontou riscos de concentração e possíveis danos à concorrência leal e recomenda estudos mais aprofundados antes de qualquer aprovação.

A proposta de fusão prevê a incorporação das ações da Petz (PETZ3) pela Cobasi, que passaria a ser a matriz, com a primeira companhia deixando de existir. Como resultado, os atuais acionistas da Petz e da Cobasi receberão, respectivamente, 52,6% e 47,4% da companhia combinada, e a Petz passará a ser subsidiária integral da Cobasi, que não é listada na B3.
Em sua análise sobre o pedido de incorporação, o Cade informou que o processo acarretará em uma alta concentração no setor, principalmente em lojas físicas. Ao todo, foram examinados 491 mercados locais. O órgão identificou que em algumas regiões a participação das empresas combinadas supera os 50%, que é acima do limite considerado aceitável.
Outro ponto levantado pelo Cade é que concorrentes de médio e grande porte têm se retirado, o que amplifica os receios de que a fusão prejudicará as dinâmicas de livre concorrência.
Petz (PETZ3) + Cobasi: processo tem quase um ano
A proposta de fusão entre a Petz (PETZ3) e a Cobasi foi assinada em agosto do ano passado. Com a formalização do processo, as empresas terão uma receita líquida combinada de R$ 6,9 bilhões e um Ebitda de R$ 464 milhões, além de oferecer mais de 20 marcas próprias em diversas categorias como higiene, alimentação e lifestyle animal.
Os acionistas da Petz (PETZ3) receberão ainda uma parcela em dinheiro de R$ 400 milhões, sendo R$ 130 milhões em dividendos a serem distribuídos antes da conclusão da operação de fusão, sem que isso afete a parcela em dinheiro ou a relação de troca estabelecida.
Dentro do valor a ser recebido, cerca de R$ 270 milhões, ajustados pela taxa CDI desde a data do acordo de associação até a data de fechamento da operação, serão pagos aos acionistas da Petz.
O Banco BTG Pactual apresentou análise apontando os riscos do processo, embora admita que o acordo de fusão pode levar à otimização de suas estruturas de custos e maior poder de barganha com fornecedores. “Vale ressaltar que a natureza altamente competitiva do mercado brasileiro (com Mercado Livre e a Amazon aumentando seus esforços na categoria) pode impedir uma precificação mais eficiente.
Os analistas acreditam que as ações da Petz (PETZ3) devem continuar sendo negociadas com base nas notícias sobre o acordo. “Inicialmente, espera-se que o acordo seja aprovado apenas no segundo semestre de 2025, enquanto há alguma incerteza sobre as medidas corretivas a serem impostas pela autoridade antitruste”.