Petrobras (PETR4) tem preço-alvo reduzido pelo BTG Pactual
A Petrobras (PETR4) enfrenta um cenário menos promissor no curto prazo, de acordo com análise divulgada pelo BTG Pactual. A combinação entre a queda nos preços do petróleo, custos operacionais mais altos e a necessidade de maior disciplina em investimentos levou o banco a reduzir o preço-alvo da ação de R$ 58 para R$ 44.
Segundo o relatório, a empresa, que teve desempenho acima da média nos últimos anos, agora tende a entregar retornos mais modestos. O BTG incorporou um preço de petróleo mais conservador no longo prazo, de US$ 65 por barril, além de projetar uma trajetória de capex mais próxima do guidance da companhia. Esse novo cenário leva a maior alavancagem, menor flexibilidade para dividendos e reduz o potencial de valorização no curto prazo.
O relatório destaca que a margem para pagamento de dividendos ficou mais estreita. A estratégia da Petrobras de investir em unidades próprias de produção (FPSOs), em vez de recorrer ao modelo de leasing, exige maiores desembolsos de capital. Isso ocorre justamente em um momento de pressão nos preços do petróleo, o que compromete o caixa da companhia.
O banco estima dividend yield de 12% para 2025 e 14% para 2026. No entanto, avalia que o balanço de riscos está enviesado para o lado negativo. A geração de caixa livre tende a cair e, embora a Petrobras continue sólida financeiramente, o espaço para dividendos extraordinários diminui.
Petrobras (PETR4): “empresa sólida, mas menos atrativa”, diz banco
A recomendação do BTG para Petrobras (PETR4) é neutra. A instituição enxerga a petroleira como uma operadora de alta qualidade, com ativos robustos e boa competitividade em custos. Porém, avalia que o valor de mercado atual já incorpora parte dos desafios do novo ciclo de investimentos e do cenário externo menos favorável.
Outras companhias do setor, como a PRIO, são apontadas como opções mais atraentes no momento, por oferecerem maior flexibilidade de capex e exposição mais direta ao preço do petróleo.
Com a ação sendo negociada a R$ 32, o novo preço-alvo de R$ 44 representa um potencial de valorização limitado. A expectativa de recuperação dos preços do petróleo para patamares entre US$ 70 e US$ 75 por barril, embora positiva, ainda é incerta.
A Petrobras (PETR4) segue sendo uma referência no setor, mas o momento exige cautela dos investidores. O desempenho futuro dependerá da disciplina na execução de projetos e da evolução do cenário macroeconômico.
