Petrobras (PETR4): troca de presidente ‘abre portas para privatização’, diz Silva e Luna

Ex-presidente da Petrobras (PETR4), o general Joaquim Silva e Luna afirmou que a nova troca no comando da estatal abre portas para a privatização da empresa.

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A fala do militar, que já foi presidente da Petrobras, ocorre após Jair Bolsonaro (PL) decidir pela demissão de José Mauro Coelho, que ficou 40 dias no cargo e agora será substituído. A indicação do governo para ocupar o cargo é de Caio Mario Paes de Andrade, atual secretário de desburocratização do Ministério da Economia, chefiado por Paulo Guedes.

“Tivemos um único contato, para conversar sobre Transpetro, mas não passou disso”, disse Silva e Luna. A declaração foi divulgada pelo jornalista e colunista do Metrópoles, Igor Gadelha.

“A troca de presidente é uma avenida para a privatização, se quiserem”, disse o general, ao site.

Apesar disso, Silva e Luna frisa que a troca do presidente da Petrobras não deve afetar a política de preços da companhia.

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Apesar da insatisfação do Governo Federal com os reajustes em pleno ano eleitoral, as regras de governança e a Lei das Estatais impedem uma intervenção direta na política de preços da Petrobras.

Andrade não mexerá nos preços da Petrobras, diz jornal

O indicado, Caio Andrade, negou a interlocutores que pretende mudar a política de preços de combustíveis da estatal, informou a jornalista Bela Megale, em sua coluna de O Globo. Andrade ainda precisa ser aprovado pelo conselho de administração da companhia.

Segundo relataram fontes da colunista do jornal do Rio de Janeiro, o atual secretário de Paulo Guedes avalia que a mudança na política poderia desorganizar a economia, num efeito cascata, e piorar ainda mais o cenário.

A análise de Andrade, lembra a colunista d’O Globo, está em linha com o da equipe econômica, o que aumentaria a influência de Guedes no segmento energético do governo.

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O argumento é de que os principais culpados pelo aumento dos combustíveis são os governadores, dizendo que o ICMS pesa em grande parte do preço.

Dizem ainda os integrantes da equipe econômica que os chefes dos executivos dos Estados não aplicaram as regras do projeto de lei complementar aprovado no Congresso, o que altera as alíquotas do ICMS dos combustíveis para diminuir os preços, com menor arrecadação estadual.

XP vê oportunidade de compra de PETR4 com ‘barulho político’

Segundo relatório da XP Investimentos, publicado após a notícia da demissão, embora a notícia seja negativa por conta da “rotatividade de executivos”, a corretora não vê risco de mudanças drásticas na Petrobras nem risco à política de preços.

Os analistas da corretora citam que a Lei das Estatais e o estatuto da Petrobras ‘blindam’ essas possibilidades, além de evitar um possível subsídio aos combustíveis como foi feito no passado.

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Além disso, o relatório, assinado pelo Head de Óleo, Gás e Materiais Básicos, Andre Vidal, e pela analista de política Junia Gama, cita que Paes de Andrade é “fortemente ligado a Paulo Guedes”, e que o ministro não é a favor de mudanças na política de preços de combustíveis da Petrobras.

A recomendação da XP é de compra para as ações da estatal, com preço-alvo de R$ 47,80 para as ações brasileiras (PETR3 e PETR4) e US$ 18,40 para as ADRs listadas em Nova York

“Mesmo com tanto barulho político, ainda vemos o caso da Petrobras como assimétrico, respaldado por um múltiplo muito baixo (2,4x EV/EBITDA 2022 ante 3,4x das grandes petrolíferas ocidentais) e um forte fluxo de dividendos (yield de 24 % para 2022 e ~100% para os próximos 5 anos)”, diz a XP.

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Eduardo Vargas

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