Petrobras (PETR4): com alta do petróleo, defasagem do preço da gasolina já é de 24%

A defasagem entre os preços cobrados pela Petrobras (PETR4) e os das principais bolsas de negociação do mundo chegou a 24%, para a gasolina, e 27%, para o óleo diesel, segundo cálculo do consultor em Gerenciamento de Risco da consultoria Stonex, Pedro Shinzato. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Nesta quinta-feira (3), o barril de petróleo WTI operava em queda de 1,70%, a US$ 108,71. Já o barril de petróleo Brent, -1,32%, a US$ 111,42, próximo das 16h35.

De acordo com os dados de Shinzato, a Petrobras quer evitar que a alta corroa seu caixa, e portanto tenta recorrer aos estoques que foram comprados dois meses atrás, por valores menores. Mas o risco é de que a reserva acabe e o abastecimento interno seja afetado. A direção da empresa está discutindo a situação atualmente.

Caso a companhia decida repassar integralmente a alta do petróleo para os seus clientes, o preço do litro da gasolina nos postos pode subir de R$ 6,56 para R$ 7,15 e o do óleo diesel, de R$ 5,65 para R$ 6,64. As altas nas bombas seriam de 9% e 17%, respectivamente, pelas contas de Shinzato. Destes números, algumas desconsiderações foram feitas, como o possível valor de impostos.

Responsabilidade da Petrobras com fornecimento

“Desde o início do ano, a Petrobras vem mantendo preços ligeiramente abaixo do PPI (de equiparação ao mercado internacional). Essa diferença coloca em xeque a política de preços da empresa”, disse o consultor. Parte do resultado recorde de R$ 106 bilhões de 2021 ocorreu em função do repasse da alta do petróleo no mercado externo para o interno.

A Petrobras acabou perdeu a contribuição dos demais importadores para atender ao mercado interno, por causa dos preços, que se mantêm sem nenhuma alteração desde o início de 2022. A concorrência parou de competir e, desde janeiro, não fornece mais gasolina ou diesel. Por outro lado, a demanda continua aumentando, como vem acontecendo desde 2020. Apesar de o Brasil ser superavitário em petróleo, possui déficit em refino e, por isso, o consumo interno é coberto também com importação.

Victória Anhesini

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