Petrobras corta 23 mil barris por dia com hibernação de 62 plataformas

A Petrobras (PETR3; PETR4) informou nesta quarta-feira (15) que iniciou a hibernação de 62 plataformas em campos de águas rasas. A medida resultará na redução de 23 mil barris de petróleo por dia (bpd), acrescentou a companhia.

A empresa petrolífera informou, em comunicado, que decisão contemplará as bacias de Campos, Sergipe Potiguar e Ceará. Segundo a Petrobras, as plataformas não possuem condições econômicas para operar com baixos preços do petróleo.

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As cotações do preço da commodity tem sido pressionadas, recentemente, devido à queda mundial de demanda por petróleo. A baixa é consequência das medidas para conter a pandemia do novo coronavírus. A demanda global de petróleo deverá desabar de 30% em abril de acordo com Agência Internacional de Emergia (AIE), em seu relatório divulgado nesta quarta-feira.

A Petrobras ressaltou que 80% dessas plataformas não são habitadas e, ainda, que o empregados das unidades habitadas não serão demitidos. A medida “faz parte de uma série de ações para preservar os empregos e a sustentabilidade da empresa nesta que é a pior crise da indústria do petróleo em cem anos”, comunicou a companhia.

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A corte de 23 mil bpd representa uma parcela pequena em relação a oferta de redução de 200 bpd prometida pela Petrobras recentemente.

Queda na demanda mundial afeta Petrobras

A análise da AIE – cujo título é “Back from the brink” (de volta ao precipício, na tradução em português) foi publicada logo após o acordo histórico entre a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) e os países aliados no formato OPEP+ e do G20, no último domingo (12).

Saiba mais: Demanda mundial de petróleo vai cair 30% em abril, diz AIE

Segundo a entidade, 187 países no mundo estão enfrentando quarentenas ou até “lockdown”, e por isso as perspectivas do setor petrolífero serão negativas. A estimativa é que, ao longo de 2020, a queda na demanda seja de 9,3 milhões de barris por dia, ou seja 9-10% a menos do que nos anos anteriores.

Obviamente, para os consumidores, os problemas dos produtores, como a Petrobras, se transformam em vantagens, principalmente graças aos preços mais baixos de combustíveis como gasolina e diesel. Mas essa queda é reduzida pelo peso dos impostos, que geralmente representam 50% do preço final.

Arthur Guimarães

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