Grana na conta

Nubank (ROXO34), Itaú (ITUB4) e Banco do Brasil (BBAS3) devem surpreender nos resultados do 1T24, diz Safra

De olho no desempenho do setor bancário, o Safra acredita que o Banco do Brasil (BBAS3), Itaú Unibanco (ITUB4) e Nubank (ROXO34) podem apresentar ao mercado resultados otimistas em seus balanços financeiros do primeiro trimestre deste ano (1T24).

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No que diz respeito ao Banco do Brasil, os analistas afirmam que os números revelam um desempenho robusto durante o mês, com um aumento significativo em comparação com o mesmo período do ano anterior.

Os ganhos do BB atingiram R$ 3,282 bilhões em março, representando um aumento de 11,4% em relação ao mês anterior e um crescimento de 53,8% em relação ao ano anterior, segundo o relatório. Esses dados sugerem uma trajetória de resultados positivos para o 1T24 do Banco do Brasil, diz o Safra, com estimativas indicando um lucro de R$ 9,342 bilhões, 4% acima das previsões iniciais.

Os estrategistas também analisam que o Itaú Unibanco apresentará números sólidos, embora tenha ficado ligeiramente aquém das expectativas do mercado. Quando colocam na ponta do lápis, apontam que o lucro líquido do Itaú em março atingiu R$ 2,940 bilhões, indicando um declínio de 9,4% em relação ao mês anterior, mas um aumento considerável de 32,7% em comparação com o ano anterior.

As projeções do Safra para o 1T24 do Itaú apontam para um lucro de R$ 9,281 bilhões, um pouco abaixo das expectativas. “No entanto, assumindo que março representou quase 40% dos lucros do Itaú no ano passado, vemos potencial para lucros no 1T24 ligeiramente acima de nossas expectativas”, diz o relatório.

No segmento dos neobancos, segundo os analistas, o desempenho operacional do Nubank continua a se destacar, registrando uma recuperação notável em seus resultados. Com um crescimento consistente em sua carteira de crédito e depósitos, a instituição demonstra aos especialistas do setor financeiro uma performance resiliente em meio ao cenário econômico desafiador.

Seus números, diz o Safra, indicam uma boa tendência de lucros, com um lucro líquido implícito de R$ 1,922 bilhão para o primeiro trimestre de 2024, um aumento de 17,2% em relação ao trimestre anterior.

O Safra diz que esses números podem não ser exatamente iguais aos números oficiais dos bancos, mas, sim, uma estimativa. Segundo os estrategistas, os números do Nubank Brasil não são os mesmos que os da empresa-mãe, que está registrada nas Ilhas Cayman, localizadas no território ultramarino britânico.

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Veja o desempenho dos bancos em 2023

  • Banco do Brasil

O lucro líquido ajustado do Banco do Brasil (BBAS3) cresceu 28,9% no 1T23, e alcançou a cifra de R$ 8,5 bilhões. De acordo com as informações divulgadas no período, o resultado positivo foi alcançado graças ao desempenho positivo da carteira de crédito da instituição financeira.

No 4T23, o BB teve lucro líquido ajustado de R$ 9,4 bilhões. No acumulado de 2023, o lucro líquido foi recorde, somando R$ 33,8 bilhões, com crescimento de 8,7% comparado a 2022. Em relação ao terceiro trimestre de 2023, o resultado do banco subiu 7,5%.

  • Itaú Unibanco

O Itaú teve lucro recorrente de R$ 8,435 bilhões no 1T23, o que representa alta de 10% na comparação com o trimestre imediatamente anterior e avanço de 14,6% em relação ao mesmo período do ano passado. À época da divulgação, o banco disse que gerou retorno sobre o patrimônio líquido (ROE, na sigla em inglês) de 20,7% — quase o dobro do apresentado por Santander (SANB11) e Bradesco (BBDC4).

No 4T23, o banco teve lucro recorrente de R$ 9,401 bilhões, com alta de 4% na comparação com o trimestre imediatamente anterior e de 22,6% em relação ao quarto trimestre de 2022. O resultado ficou levemente acima da previsão média dos analistas, de R$ 9,321 bilhões. O lucro fechou 2023 em R$ 35,618 bilhões, alta de 15,7% ante o resultado de 2022.

  • Nubank

Nubank registrou lucro líquido de US$ 142 milhões no 1T23, com alta de 145% na comparação com o quarto trimestre e a reversão do prejuízo de US$ 45,1 milhões no primeiro trimestre de 2022. O lucro ajustado foi de US$ 182,4 milhões, uma expansão trimestral de 37% e anual de 1.705%. O retorno (ROE) anualizado foi de 37% na operação brasileira.

Já no 4T23, o banco registrou lucro ajustado de US$ 395,8 milhões, uma alta de 11,3% na comparação com o terceiro trimestre e de 247,8% ante o mesmo período do ano anterior. A receita chegou a US$ 2,405 bilhões, com expansão de 12,3% e 65,5%, na mesma base de comparação.

Bradesco no 1T24

Antes de divulgar os resultados do 1T24, o Bradesco também teve seu desempenho observado pelo Safra. Para os analistas, embora os dados indiquem que seus depósitos continuam a mostrar fraqueza, com um ligeiro declínio de 0,5% em relação ao mês anterior, o banco ainda mantém uma posição sólida no mercado, conforme o relatório.

Nesta quinta-feira (2), no entanto, o Bradesco informou ao mercado que registrou um lucro líquido recorrente de R$ 4,211 bilhões, marcando um aumento de 46,3% em relação ao trimestre anterior, mas uma queda de 1,6% comparado ao mesmo período do ano passado.

Enfrentando uma das maiores crises de sua história, o Bradesco teve um lucro contábil de R$ 4,211 bilhões no primeiro trimestre deste ano, representando um aumento expressivo de 147,3% em relação ao trimestre anterior, porém uma queda de 1,6% em comparação ao mesmo período do ano anterior.

A rentabilidade sobre o patrimônio líquido médio trimestral (ROAE) alcançou 10,2%, um aumento considerável em relação aos 6,9% do trimestre anterior, mas uma diminuição em relação aos 10,6% do primeiro trimestre de 2023. O índice de Basileia ficou em 15,4%, em comparação com os 15,8% do trimestre anterior e os 15,1% do mesmo período do ano anterior.

As despesas com provisões para devedores duvidosos (PDD) totalizaram R$ 7,811 bilhões no primeiro trimestre, representando uma queda significativa de 25,8% em relação ao trimestre anterior e de 17,9% em relação ao mesmo período do ano anterior. Esse resultado foi resultado de despesas de R$ 8,435 bilhões e um ganho de R$ 1,288 bilhão com recuperação de créditos anteriormente considerados como prejuízo, além de perdas de R$ 25 milhões com ‘impairment’ de ativos financeiros e de R$ 639 milhões com descontos concedidos.

O custo de crédito do banco ficou em 3,5% no primeiro trimestre de 2024, uma redução significativa em relação aos 4,8% do quarto trimestre de 2023 e aos 4,3% do primeiro trimestre de 2023. O índice de cobertura do Bradesco caiu para 164%, comparado aos 165% e 182%, respectivamente.

Nubank: Valuation já é maior do que o da Vale (VALE3)?

Em meio a um rali após sucessivos resultados trimestrais melhores do que o esperado pelo consenso de mercado, o Nubank alcançou um valuation acima de R$ 250 bilhões.

Com isso, o valuation do Nubank já ultrapassa o de alguns bancos incumbentes, como o do Bradesco (R$ 140 milhões) e o deixa próximo de gigantes da bolsa brasileira como a Vale (VALE3), que tem um valor de mercado de R$ 287 bilhões em bolsa atualmente.

Considerando o câmbio atual, de R$ 5,11, o valor de mercado do Nubank é de R$ 265 bilhões. Isso considerando que as ações listadas na NYSE são negociadas pouco abaixo de US$ 11, o que faz com que o valor de mercado seja de US$ 51 bilhões.

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Murilo Melo

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