Nubank (NUBR33): analistas esperam prejuízo alto e aumento da inadimplência no 1T22

O resultado do primeiro trimestre de 2022 (1T22) do Nubank (NUBR33) será divulgado na noite desta segunda-feira (16), após o fechamento do pregão.

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Com as ações do Nubank acumulando uma queda de 52% desde o início deste ano, o mercado aguarda ansioso pelo balanço. E preveem números fracos e pressionados no desempenho trimestral do Nubank.

Os analistas do UBS-BB esperam ver um crescimento sólido de empréstimos, juntamente com maior índice de inadimplência. De acordo com a Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços (ABECS), o volume total de compras em cartões no Brasil caiu 5% na comparação com o trimestre anterior, e aumento de 36% na comparação anual.

A inflação alta provavelmente representou um efeito positivo no volume de compras acima da média, na opinião do UBS-BB. “O primeiro trimestre normalmente tem sazonalidade e, historicamente, a contração média trimestral é de 8% t/t (entre 2017 e 2021). Então a redução sequencial apresentada no 1T22 foi menor que o normal”, diz o relatório. “O volume de compras no 1T22 já está 65% acima (em termos nominais) do média de 2019 (pré-Covid)”.

O banco de investimentos observa que, entre os quatro principais bancos do país, o índice mencionado de volumes caiu 7% ante o 4T21 e cresceu 28% anualmente. Isso indica que há recém-chegados que ganharam um pouco de participação no mercado durante janeiro a março.

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“Além disso, as taxas geradas pelo negócio de cartões de crédito dos três maiores players privados apresentou uma contração de 7% contra o 4T21 (e aumento de 20% ano a ano) no 1T22”, afirmam.

O UBS-BB reitera a recomendação de compra da ação do Nubank, com preço-alvo de US$ 11,50 em 12 meses.

“O Nubank postou uma redução material nos últimos meses, que acreditamos ter sido em grande parte causado pela combinação do aumento das preocupações com a qualidade de ativos no Brasil e redução de rating de empresas de tecnologia globalmente. Além disso, Nu também mudou o final do período de lock-up até 17 de maio de 2022 (o dia após a divulgação dos resultados do 1T22), que provavelmente também afetou o preço de suas ações”, explicou o banco de investimentos.

Destaques previstos para o Nubank

O UBS-BB tem a expectativa de um lucro líquido ajustado do Nubank próximo a um ponto de equilíbrio para esse trimestre, “semelhante ao consenso (ganhos ajustados de US$ 6 milhões para o UBS e prejuízos de US$ 11 milhões para consenso).”

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“Estamos prevendo uma base total de clientes em 57,3 milhões (consenso de 57,6 milhões) e ARPAC mensal de US$ 5,9 milhões (o mesmo que consenso)”, apontam os analistas. O banco de investimentos projeta um prejuízo de US$ 106 milhões para o roxinho, muito mais aprofundado do que o consenso medido no mercado, que espera uma marca de US$ 77 milhões.

Em relação à qualidade dos ativos, o índice de inadimplência dos cartões de crédito já está próximo a um nível anterior a pandemia. De acordo com o relatório, foi um aumento geral para o sistema financeiro brasileiro, de 5,8% em fevereiro de 2022, contra 5% visto em dezembro de 2021 e já próximo ao nível de dezembro de 2019.

“Essa deterioração foi causada pela mudança de mix (menor parcela de parcelas sem juros), como nos dois primeiros meses do trimestre, a inadimplência dos empréstimos rotativos contraiu 60 bps (vs. dezembro de 2021), enquanto o índice de inadimplência das parcelas de juros ficou praticamente estável (-10 bps)”, afirmam.

Grandes bancos geralmente não fornecem dados de índice de inadimplência para seus negócios de cartão de crédito, mas o Banco Inter (BIDI4), por exemplo, já apresentou uma deterioração significativa em sua carteira de cartões de crédito (aumento de 140 bps no trimestre).

“Esperamos um aumento de 40 bps contra o 4T21 sobre o índice de inadimplência da Nu no 1T22, e o custo do risco atingindo 15,4% (vs. 13,5% no 4T21)”, afirmam.

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Cotação

O Nubank opera em queda expressiva de 10,15% nesta segunda-feira (16), próximo ao fechamento, cotado a R$ 3,63.

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Victória Anhesini

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