Não vemos mais uma narrativa sobre uma queda do dólar até o final do ano, diz Deutsche Bank

O Deutsche Bank, que previa a desvalorização do dólar, atualizou nesta quarta-feira (4) sua avaliação do ativo para neutra, com os resultados preliminares das eleições nos Estados Unidos.

Segundo o Deutsche Bank, a eleição norte-americana em conjunto com outros acontecimentos, levou o banco a alterar sua estratégia para o dólar até o fim deste ano.

“Temos argumentado em favor de um dólar mais fraco tanto contra moedas desenvolvidas quanto emergentes há dois meses. Com um resultado tão incerto agora para a eleição nos EUA, não vemos mais uma narrativa cativante sobre uma queda do dólar até o final do ano”, informou o estrategista George Saravelos, em relatório publicado, citando três argumentos para tal mudança.

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Saravelos revela que as chances de uma mudança estrutural para uma política fiscal mais frouxa no país reduziram consideravelmente com o fim das chances de uma ‘onda azul’, sendo o primeiro motivo citado pelo estrategista.

“Déficits gêmeos [fiscal e em corrente] mais amplos e uma consequente inclinação maior da curva de juros nos EUA era um fator importante que ancorava nossa expectativa negativa sobre o dólar, e esta possibilidade ficou em suspenso”, declarou.

Além disso, também consequência da eleição, o profissional pontuou sobre a possibilidade de uma contestação jurídica ter crescido, o que pode manter a aversão ao risco em alta, possivelmente até dezembro, ressaltou.

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Por último, Saravelos fala sobre a segunda onda de coronavírus (Covid-19) que chegou ao hemisfério Norte mais rápido e intensa que o esperado, com importantes economias decretando algum tipo de ‘lockdown’. Diante disso,  uma eleição contestada e maior politização da pandemia pode gerar falta de coordenação para a entrega de medidas de cunho fiscal necessárias para limitar os danos de um novo salto de casos, afirmou.

“Tudo posto, não vemos mais um bom custo-benefício de assumir posições curtas [apostando na queda] do dólar mais, em especial contra moedas emergentes. O iene e o ouro podem estar entre os poucos beneficiários desse movimento”, concluiu o relatório do Deutsche Bank.

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Rafaela La Regina

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