Eu não pedi demissão em nenhum momento, diz Paulo Guedes

Com o mercado em polvorosa em função da possibilidade de rompimento do teto de gastos e de saída do ministro Paulo Guedes, o chefe da pasta econômica afirmou que “não pediu demissão em momento algum” ao presidente Jair Bolsonaro.

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Em entrevista coletiva, realizada no Ministério da Economia na tarde desta sexta-feira (22), Paulo Guedes, ao lado de Bolsonaro, disse que tampouco o presidente “insinuou qualquer coisa semelhante”.

Os rumores da saída de Guedes vieram à tona nesta manhã, após o jornal Correio Braziliense ter noticiado que o ministro pediu demissão em meio à uma discussão com Bolsonaro, ontem à noite. Pouco depois, a agência de notícias Reuters reportou que o ministro seguiria no cargo.

Contudo, o sentimento de incerteza foi suficiente para que o mercado precificasse uma debandada no Ministéiro da Economia ainda maior.

O Ibovespa chegou a cair mais de 4% ao longo do dia, com o câmbio indo até R$ 5,72 e a curva de juros mostrando um DI de 10,48% em janeiro de 2025. O movimento baixista, contudo, foi arrefecido, com o índice caindo 1% por volta das 16h20.

Bolsonaro garante Paulo Guedes à frente da Economia

Na entrevista coletiva, o presidente garantiu a permancência de Guedes, salientando que ainda confia no ministro da Economia.

“Tenho confiança absoluta em Guedes. Faz trabalho brilhante no ministério da Economia em meio às dificuldades da pandemia”, declarou o presidente. “Não queremos botar em risco nada na Economia.”

O mandatário lembrou que a economia vinha muito bem antes da chegada da pandemia, e que a política do “fique em casa” prejudicou o desempenho brasileiro no ano passado.

Ele, também, elogiou o Congresso pela aprovação da PEC dos Precatórios em comissão na Câmara. A proposta muda o cálculo do teto de gastos e banca Auxílio Brasil, sensível para a popularidade do presidente, a um ano das eleições presidenciais.

Esteves Colnago aceita posto no Tesouro e Orçamento

De acordo com informações da CNN Brasil, o ex-ministro do Planejamento e hoje secretário da Assessoria Especial de Relações Institucionais do Ministério da Economia, Esteves Colnago, aceitou assumir o cargo de secretário de Tesouro e Orçamento da pasta no lugar de Bruno Funchal.

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Colnago era considerado o personagem da transição natural, desde que Funchal pediu sua exoneração. Ele foi responsável por atenuar as relações entre o Ministério da Economia e o Congresso nas últimas semanas.

Segundo a CNN, o ministério enxerga em Colnago um profissional técnico e fiscalista. Ele deve manter as premissas do governo federal na busca por reformas estruturantes.

Além de Funchal, Jeferson Bittencourt, secretário do Tesouro Nacional; Gildenora Dantas, secretária-especial-adjunta de Tesouro e Orçamento; e Rafael Araujo, secretário-adjunto do Tesouro Nacional, também pediram exoneração por motivos pessoais.

Nesta sexta, com a aversão a risco generalizada, Paulo Guedes procurou acalmar os ânimos, dizendo que os fundamentos básicos da economia “não foram alterados pelo Auxílio Brasil”. Ele agradeceu a “confiança de Bolsonaro pelo trabalho dele”, na entrevista.

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Jader Lazarini

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