MRV (MRV3) desaba e lidera perdas no Ibovespa; BTG aponta recuperação lenta

As ações da MRV (MRVE3) registraram as maiores perdas do Índice da Bolsa de Valores de São Paulo (Ibovespa) nesta segunda-feira (18). A construtora recuou 5,70%. Divulgado na sexta-feira (15), o guidance para baixo em margem bruta e lucro da MRV não foram bem recebidos por investidores, o que pode explicar a queda no Ibovespa.

https://files.sunoresearch.com.br/n/uploads/2024/04/Lead-Magnet-1420x240-2.png

Durante o Investidor Day, a empresa comunicou que a projeção de lucro da MRV para 2025 foi revisada, passando de uma faixa de R$ 700 milhões a R$ 1 bilhão para um intervalo entre R$ 500 milhões a R$ 700 milhões.

No evento, o diretor financeiro da MRV, Ricardo Paixão, quis amenizar a falta de esperança do mercado afirmando que a construtora deve retomar o protagonismo ainda este ano. “Os indicadores operacionais da MRV voltaram para um patamar pré-covid, e agora estamos com a operação mais estabilizada”, disse.

Em relatório, os analistas do BTG Pactual dizem que a recuperação da MRV está levando mais tempo do que o esperado. Por outro lado, o banco acredita que ventos favoráveis, especialmente relacionados ao programa Minha Casa Minha Vida (MCMV), estão impulsionando o cenário.

https://files.sunoresearch.com.br/n/uploads/2024/04/1420x240_TEXTO_CTA_A_V10.jpg

MRV: projeções indicam melhora apesar das revisões, dizem analistas

O documento retoma o evento do Investidor Day da MRV, e revela uma expectativa de receita líquida de R$ 8 bi a 8,5 bilhões para o ano fiscal de 2024 e de R$ 9,0 a 9,5 bilhões para 2025. Além disso, a margem bruta esperada para este ano é de 26 a 27%, aumentando para 29,5 a 31,0% ano que vem. As projeções, conforme os estrategistas, também indicam uma melhora significativa nos lucros líquidos e na geração de fluxo de caixa, apesar de algumas revisões para baixo em relação às estimativas anteriores.

O relatório destaca que a MRV planeja alcançar uma margem de 34% nas novas vendas até o final deste ano. Para isso, a empresa pretende aproveitar aumentos nos preços dos imóveis, programas habitacionais regionais e iniciativas governamentais, como o FGTS Futuro.

Trata-se de uma medida do governo que pretende liberar ainda este mês o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço para a compra da casa própria. Inicialmente, o benefício será voltado para beneficiários do Minha Casa, Minha Vida, com o foco em famílias com renda mensal de até R$ 2.640, que são as que compõem a Faixa 1 do programa habitacional do governo.

Além disso, o BTG diz que medidas como securitizações adicionais e menos compras de terrenos estão previstas para impulsionar o fluxo de caixa da MRV nos próximos anos. Segundo os analistas, essas estratégias, combinadas com a expectativa de redução das despesas financeiras devido à queda da taxa Selic, contribuem para a visão positiva sobre a construtora.

Apesar das revisões para baixo nas estimativas de lucro por ação e da fraca dinâmica de ganhos, o BTG Pactual mantém uma recomendação de compra para a MRV, com base em uma avaliação de 0,7x Price-to-Book Value (Preço-Valor Patrimonial), o P/TBV, medida usada para avaliar o valor de uma empresa em relação ao seu valor contábil.

https://files.sunoresearch.com.br/n/uploads/2023/04/1420x240-Planilha-vida-financeira-true.png

Murilo Melo

Compartilhe sua opinião