Ministro nega que Bolsonaro cancelou coletiva por causa da imprensa

O general Augusto Heleno, chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), negou que o presidente Jair Bolsonaro tenha cancelado coletiva com jornalistas nesta quarta (23) em razão de “comportamento anti-profissional da imprensa”.

A entrevista seria dada por Bolsonaro à imprensa nacional e internacional no Fórum Econômico Mundial, em Davos, mas o presidente seguiu para o hotel em vez de se dirigir ao compromisso.

“Ele [Jair Bolsonaro] conseguiu antecipar um pouco lá e resolveu vir pra cá [hotel em que está hospedado], considerando que o próximo evento era aqui no hotel, pra dar uma respirada, dar uma descansada. Imaginem que ele está com uma bolsa, está próximo a uma operação. Então, não é recomendável… e o médico está junto dele, e volta e meia aconselha: ‘Presidente, dá uma descansada’. Isso é normal na situação em que ele está vivendo”, declarou Augusto Heleno.

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Em seguida, o general foi perguntado se, então, o presidente não havia cancelado a entrevista coletiva por causa do “comportamento da imprensa”. O ministro rejeitou a justificativa, mas reiterou que a imprensa às vezes incomoda o governo.

“Não, não deu nem pra reclamar. [O comportamento da imprensa] de vez em quando incomoda, é óbvio que incomoda. Ah, vocês não sabem por que o comportamento da imprensa às vezes incomoda? Incomoda todo mundo, não é só ele, não”, respondeu.

Discurso de Bolsonaro em Davos

O ministro foi questionado também acerca do pronunciamento considerado curto de Jair Bolsonaro na plenária do Fórum Econômico Mundial, na última terça (22). O presidente brasileiro tinha 45 minutos para falar aos líderes mundiais no evento, mas usou somente seis minutos em seu discurso.

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“[Disseram que] o discurso foi curto. De dois em dois minutos, vem alguém perguntar: ‘Escuta, por que o discurso foi curto?’. Pô, o discurso foi curto porque se pensou se passar as ideias sem se alongar muito, sem cansar a plateia e deixar uma mensagem muito clara, muito definida”, respondeu Augusto Heleno. “Se todos pensassem igual, estaríamos numa grande Cuba. As pessoas pensam diferente, e nós aceitamos os pensamentos contrários, a favor. É assim que funciona a democracia. Ah, disseram que foi curto… Teve muita gente que elogiou”.

 

Guilherme Caetano

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