Mercado Livre (MELI34): BTG vê empresa na frente da concorrência e recomenda ações

O BTG Pactual ainda vê o Mercado Livre (MELI34) como o vencedor no comércio eletrônico e pagamentos na América Latina. O banco considera as ações da companhia como top pick em meio a um cenário ainda desafiador para os pares. 

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“Embora mantenhamos uma postura conservadora em relação à exposição ao comércio eletrônico por setor, o valor do ecossistema do MELI34 indica que a empresa está à frente dos pares”, afirma o BTG. 

Segundo o BTG, com uma taxa de crescimento anual composta (CAGR) de 31% em US$ ao longo de 4 anos, e negociando a 40,9x PE 2024 e 29,6x PE 2025, a empresa de varejo online demonstra taxas de captura em melhoria e rentabilidade saudável, compensando sua exposição ao mercado argentino.

Além disso, os analistas veem uma tendência de crescimento secular para o comércio eletrônico brasileiro (bem como alguns mercados da América Latina), com GMV muito mais alto do que os níveis pré-pandêmicos.

Mercado Livre: BTG vê resultados sólidos na área de crédito 

O BTG Pactual analisou o comportamento dos três principais Fundos de Investimento em Direitos Creditórios (FIDCs) do MELI em março.

Os dados mostram crescimento na carteira do Mercado Livre R$ 3,6 bilhões nos últimos 12 meses e de R$ 723 milhões desde o início do ano. As NPLs acima de 90 dias caíram para 13,1% da carteira, enquanto as NPLs em estágio inicial ( menos de 90 dias) diminuíram para 7,7%. 

Os empréstimos em atraso (incluindo baixas) representam agora 58% da carteira. Esses números indicam uma dinâmica positiva no desempenho dos FIDCs e na gestão de crédito do MELI.

No quarto trimestre, a carteira do mercado de crédito cresceu 33% em relação ao ano anterior e 11% em relação ao trimestre anterior, alcançando US$ 3,8 bilhões. Houve um forte crescimento na carteira de crédito ao consumidor (48% da carteira) e nos cartões de crédito (+98% a/a, representando 32% da carteira de crédito). 

As proporções de empréstimos em atraso maiores 90 dias continuaram a melhorar, mostra o BTG atingindo 18,7%. As proporções de empréstimos 15-90 dias em atraso diminuíram 20 pontos base em relação ao ano anterior, mas aumentaram 60 pontos base em relação ao trimestre anterior, alcançando 8,2%. 

O negócio de crédito registrou margem líquida de juros de 39,8%, com provisões de 7,5% da carteira. A receita de crédito foi de US$ 742 milhões, representando 41% da receita do Mercado Livre.

Companhia prevê investir R$ 23 bilhões no Brasil

O Mercado Livre deve investir R$ 23 bilhões no Brasil em 2024, número 21% maior em relação ao ano anterior, e pouco mais do que o dobro do investimento realizado em 2021, segundo Fernando Yunes, vice-presidente sênior e principal executivo no país.

Segundo Yunes, o foco central do Mercado Livre em 2024 será a área de logística, segmento em que as plataformas rivais estrangeiras, como Amazon e Shopee, vêm ampliando gastos nos últimos anos.

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Dentro do investimento do Mercado Livre, está prevista a abertura de um centro de distribuição em Pernambuco ainda este ano, com o objetivo de ampliar a estrutura no Nordeste. A empresa também não descartou novas centrais em estados do Centro-Oeste e Sul.

Ainda de acordo com o vice-presidente sênior, entre os quatro pilares principais de investimento em 2024 estão logística, seguido por tecnologia, o braço de fintech do Mercado Pago e o “Mercado Ads”, operação de publicidade digital.

A varejista também pode ampliar a operação nos segmentos de moda e supermercados no online, e dedicar uma atenção especial ao uso de inteligência artificial para melhorar a experiência do cliente no site e também no aplicativo.

Para Itaú BBA, o Mercado Livre tem execução ‘impecável’

Em relatório, o Itaú BBA manteve sua visão construtiva para as ações de Mercado Livre, considerando o sólido crescimento do lucro por ação da empresa, apoiado por uma execução ‘impecável’.

“Mantemos nossa classificação ‘outperform’ [equivalente à compra] e nossa preferência pelo nome no setor de e-commerce”, pontuaram os analistas. O preço-alvo para as ações de Mercado Livre, segundo a casa, é de US$ 2.048.

O Itaú espera que 2024 seja um ano de expansão da lucratividade para o Mercado Livre, mas também enxerga a empresa exposta a algumas barreiras potenciais, “como ventos contrários da operação na Argentina, além de uma potencial deterioração na concorrência de um novo player transfronteiriço em rápido crescimento que ainda não está presente no Brasil”.

No geral, o banco espera que o impulso operacional do Mercado Livre se beneficie da evolução da monetização de sua plataforma durante o ano. As expectativas do Itaú incluem continuidade da aceleração das vendas 1P, com melhora das margens, aceleração do negócio publicitário, além de uma carteira de crédito em aceleração, que beneficia a lucratividade e alavanca as vendas dentro do ecossistema.

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Vinícius Alves

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