Marfrig (MRFG3): balanço do 4T21 indica forte potencial de alta em 2022, segundo analistas

A Marfrig (MRFG3) reportou na noite de terça-feira (8) seus resultados do quarto trimestre de 2021. O lucro líquido ficou em R$ 650 milhões, queda de 44,5% na comparação anual. Confira o que os analistas têm a dizer sobre os resultados da empresa.

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O analista Adriano Castro, da Genial Investimentos, afirma que a expectativa era de bons números para o 4T21, acima do consenso do mercado, e mesmo assim foram surpreendidos positivamente pela Marfrig.

A companhia registrou Ebitda de R$ 4,3 bilhões, superior à previsão de R$ 3,7 bilhões da Genial e bem acima dos R$ 2,9 bilhões esperado pelo mercado, “implicando um crescimento de 98,1% na comparação com o 4T20”.

Sobre o lucro líquido, a Genial explica que, apesar da redução na comparação anual, a justificativa é de que o efeito contável (não caixa e não relacionado com operações) da participação na BRF (BRFS3) soma 33,2% do total das ações da empresa e a ação da BRF sofreu muito durante o trimestre.

“Assim como o ano de 2021, o 4T21 da Marfrig foi um trimestre marcado por recordes históricos para a companhia”, diz o analista. “Depois de viver um ano em que tudo deu certo para a empresa, esperamos ver mais normalização em 2022. Mesmo enxergando potencial de bons resultados e uma forte capacidade operacional, acreditamos que o crescimento será desafiador por causa de uma base comparativa muito forte em 2021”, acrescenta.

A recomendação da Genial Investimentos é de manter a compra, com preço alvo de R$ 25 e potencial de alta de 14,36%. Nesta quarta (9), as ações da Marfrig sobem 1,83%, cotadas a R$ 22,26.

XP vê Marfrig como “mais uma empresa americana”, mas ainda é otimista

A XP Investimentos pondera que a Marfrig entregou um trimestre forte, mas que a sensação é de que “estamos olhando para uma empresa apenas americana”. De acordo com o relatório, isso ocorreu em função de mais de 95% do Ebitda ajustado da companhia ser proveniente das operações nos Estados Unidos.

Os analistas destacam que a margem Ebitda foi de 22,2% na América do Norte, e 3,5% na América do Sul, devido aos maiores preços de gado na Argentina, Brasil e Uruguai.

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Além disso, a receita líquida da Marfrig ficou alinhada com a expectativa da XP, em R$ 23,941 bilhões. O Ebitda ajustado ficou 17% acima da projeção.

Por outro lado, a XP considerou o lucro líquido como uma surpresa negativa. “O principal motivo foi a marcação a mercado das ações da BRF, enquanto a empresa anunciou um aumento nos dividendos a serem pagos em abril, totalizando agora R$ 2,172 bilhões (rendimento de 14,2%)”, diz o texto.

Por fim, os analistas destacam que as margens estão se acomodando nos EUA, mas não está claro em que momento a América do Sul deve melhorar. A XP continua otimista “com a capacidade da Marfrig de conseguir se guiar por um caminho turbulento atualmente”.

A XP reitera a recomendação de compra, com preço alvo de R$ 34,80.

BTG Pactual (BPAC11): “Um trimestre forte, ligeiramente acima das expectativas”

Para o BTG Pactual (BPAC11), a Marfrig fechou o ano positivamente, pouco acima das estimativas do banco de investimentos.

Os analistas destacam que a receita de R$ 23,9 bilhões, aumento de 31% no ano a ano, compensa a queda de 5,5% a/a nos volumes impulsionados pelo Brasil.

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O Ebitda veio 5% acima das expectativas do BTG, “inteiramente graças à América do Norte, onde os spreads de carne bovina em expansão se traduziram em um Ebitda de US$ 676 milhões (147% a/a) com margem de 21% (940bps a/a)”.

Para os analistas, os resultados da América do Sul foram fracos por causa da ausência de exportações para a China e pelo ciclo negativo.

Sobre a participação na BRF como investimento de longo prazo, o BTG Pactual já esperava que a Marfrig se posicionasse dessa forma, uma vez que a empresa decidiu ceder o papel de acionista “passivo”. “Isso também levou a um aumento de R$ 6,1 bilhões na dívida líquida”, diz o relatório.

O BTG destaca a queima de caixa, de R$ 453 milhões, com maiores capex e saída de capital de giro.

O BTG Pactual mantém a classificação neutra para as ações da Marfrig, ao preço alvo de R$ 27. A explicação, de acordo com os analistas, é de que apesar da empresa estar equilibrando dividendos e recompra de ações, efetivamente retomando ambição de crescimento, ainda é importante ver para onde irão as margens de carne bovina dos EUA.

“Também estamos ansiosos para saber mais sobre como o investimento da BRF, agora com uma posição de controle, se dará em termos de uma possível fusão e as mudanças que a Marfrig planeja implementar. Permanecemos neutros com base em nossa crença de que a normalização da margem resultará em uma história menos atraente à frente”, afirmam.

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Itaú BBA vê resultados positivos da Marfrig, alinhados às expectativas

O Itaú BBA também se surpreendeu com os números de Ebitda da Marfrig acima da estimativa e do consenso em 14%. O desempenho da operação na América do Norte foi uma surpresa positiva, superior às projeções.

“Por outro lado, a alavancagem aumentou no 4T21, já que os investimentos da BRF passaram a ser contabilizados como investimentos de longo prazo durante o trimestre”, afirmam os analistas.

A margem Ebitda da América do Sul ficou abaixo dos 8,6% na comparação anual, mas ainda dentro da estimativa do Itaú BBA. “Margens pressionadas podem ser atribuídas ao gado escasso disponível no Brasil e a proibição da China às exportações brasileiras de carne bovina”.

O banco de investimentos classificou as ações da Marfrig como outperform, com preço alvo de R$ 26, e potencial de valorização de 18,9%.

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Victória Anhesini

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