Grandes bancos do Brasil têm maior queda no lucro em 21 anos, diz estudo

No último ano, o lucro dos quatro maiores bancos do Brasil caiu 24,4%, a maior queda já registrada desde 2000, segundo estudo divulgado nesta quarta-feira (17) pela economatica.

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A pesquisa consolida os resultados dos quatro maiores bancos do Brasil de capital aberto, sendo eles:

  • Bradesco,
  • Banco do Brasil,
  • ItauUnibanco,
  • Santander


E se baseia nos demonstrativos financeiros entregues pelas instituições à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) de 1994 até 2020.

“Não foram utilizadas informações de lucros recorrentes ou outros e sim os lucros contábeis de acordo com as práticas contábeis adotadas no Brasil aplicáveis a instituições financeiras autorizadas a funcionar pelo Banco Central do Brasil publicados na autarquia”, explica a Economatica.

De acordo com o estudo, de 1996 até 2000 os bancos tiveram queda de lucratividade em sete ocasiões. A maior queda ocorreu em 1995, refletindo o reconhecimento de perdas que o Banco do Brasil fez nos anos de 1994 e 1995. Em 1995, a queda do lucro foi de R$ 3,3 bilhões ou -735% comparando com 1994.

Já o segundo maior registro de queda aconteceu em 1996, a 42,9%, com um prejuízo de R$ 4,8 bilhões.

 ROE é o menor desde 1995

O estudo aponta ainda que a mediana do Retorno sobre Patrimônio Líquido (ROE) dos quatro maiores bancos brasileiros em 2020 foi de 12,06%, que é o menor valor já registrado desde 1995 quando foi de 10,56%.

Além disso, pelo terceiro ano consecutivo o Santander Brasil tem o melhor desempenho com ROE, de 17,9%, que é o segundo melhor registro do banco historicamente.

Ao passo que o Banco do Brasil, Bradesco e Itaú Unibanco (ITUB4) estão com 12,1%, 12,0% e 11,5%, respectivamente.

O Banco do Brasil e ItauUnibanco registraram as maiores quedas de ROE entre 2019 e 2020 com -7,5 e 7,2 pontos percentuais, respectivamente. O Bradesco, por sua vez, teve queda de 5,7 pontos percentuais e o Santander de 3,1 pontos percentuais.

PDD: o maior historicamente

Segundo aponta a economatica, o Provisões para Devedores Duvidosos (PDD) consolidado no ano de 2020 foi de R$ 94,4 bilhões, valor 22,57% superior ao do ano de 2019.

Com o ItauUnibanco registrando o maior crescimento entre 2020 e 2019 com 34,97%, seguido pelo Bradesco (BBDC4) com 34,42%, Banco do Brasil com 16,06% e Santander com 2,55%.

Além disso, o ItauUnibanco registrou o maior PDD anual em 2020 com 26,7 bilhões, deixando para trás o Banco do Brasil que era o banco com maior PDD entre 2013 e 2019.

Santander teve o maior PDD da história do banco com R$ 16,4 bilhões, assim como o Bradesco e o ItauUnibanco.

Somente o Banco do Brasil não atingiu o maior valor do período analisado, seu PDD de 2020 é o segundo maior, ficando atrás do valor de 2016 quando o banco registrou R$ 28,65 bilhões.

 Dividendos têm queda de 48,6%

O volume de dividendos e JCP´s  dos quatro bancos no ano passado foi de R$ 29,7 bilhões, o que representa queda de 48,69% em relação ao ano de 2019.

O Bradesco teve o menor valor distribuído em 2020 com R$ 1,43 milhão, que é o menor do período analisado e que representa queda de 91,93% com relação ao ano de 2019.

O ItauUnibanco teve a segunda maior queda, com 53,88%, e Banco do Brasil de -14,75%.

O Santander (SANB11) é o único banco que registrou crescimento de 45,66% de distribuição de dividendos e JCP´s entre 2020 e 2019.

Nominalmente, o ItauUnibanco teve o maior valor com R$ 12,0 bilhões, seguido pelo Santander com 10,2 bilhões, Banco do Brasil com 6,07 bilhões e Bradesco com R$ 1,43 bilhão.

 Valor de mercado tem queda de R$ 235 bi desde o Plano Real

Por último, a pesquisa aponta que o valor de mercado dos Bancos brasileiros em 12 de fevereiro de 2021 foi de R$ 716 bilhões, demonstrando queda de 24,78% com relação a dezembro de 2019.

Ao passo que no ano de 2020 a queda é de 16,37% e em 2021 até 12 de fevereiro de -10,06%.

O Banco do Brasil com -36,05% teve a maior queda percentual de valor de mercado entre dezembro de 2019 e 12 de fevereiro de 2021. Bradesco teve queda de 25,46%, ItauUnibanco com -23,32% e Santander com -17,15%.

Em dezembro de 2019, os maiores bancos do Brasil tiveram o maior valor de mercado, com R$ 951,8 bilhões, queda de R$ 235,8 bilhões até 12 de fevereiro de 2021.

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Rafaela La Regina

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