Maia afirma que Selic está muito alta em relação a juros de outros países

O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), afirmou no último sábado (5) que a taxa de juros do Brasil (Selic) permanece muito alta em comparação com países mais desenvolvidos. Maia ainda citou que alguns países estão com a taxa de juros em nível negativo.

Mesmo com declarações fortes, Maia salientou que não busca causar interferência em decisões de politica monetária do Banco Central. Entretanto, o deputado fez questão de deixar claro que há espaço para novos cortes na Selic.

As declarações do deputado foram feitas em um evento da revista Piauí, em São Paulo.

Último corte na taxa de juros do Brasil

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) decidiu, no dia 18 de setembro, cortar em 0,50 ponto percentual a taxa básica de juros.

A taxa básica de juros ficou em 5,50% ao ano, em uma nova mínima histórica. Essa foi a segunda vez que o BC cortou a Selic desde o começo do mandato de Roberto Campos Neto, no começo de 2019.

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A decisão do Banco Central tinha sido prevista pelos analistas do mercado. O último Boletim Focus, divulgado no dia 16 de setembro, indicou uma previsão de uma Selic em 5,00% até o final de 2019.

Cenário macroeconômico e influência no corte da Selic

O novo corte da Selic foi motivado pelo cenário macroeconômico. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) diminuiu para 0,11% em agosto. No mês de julho, o índice registrou uma alta de 0,19%.

A meta do governo no acumulado para o ano é de 4,25%. Até o momento, o IPCA atingiu 3,43% em 12 meses. No acumulado dos últimos 12 meses a inflação oficial do Brasil ficou em 3,22%.

Novo corte até final de 2019

Mesmo com o último corte da Selic, algumas instituições financeiras prevêem um corte ainda maior da taxa de juros, que poderia chegar em 4,75%. Entre eles, por exemplo, está o Bradesco, que prevê a manutenção dessa taxa até o final de 2020.

Juliano Passaro

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