Grana na conta

Dia de perdas: Magazine Luiza (MGLU3) e Casas Bahia (BHIA3) penam no Ibovespa hoje; saiba por quê

As ações de Magazine Luiza (MGLU3) e Casas Bahia (BHIA3) caíram nesta segunda-feira (22) no Ibovespa, com juros em alta após a notícia do lançamento da nova política industrial do governo, o que impacta diretamente o setor de varejo, já penalizado pelo cenário econômico desafiador.

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No fechamento, as ações ordinárias de Magazine Luiza caíram 3,94%, a R$ 1,95, enquanto as ações ordinárias de Casas Bahia (BHIA3) recuaram 1,18%, a R$ 9,24.

No ano os papéis do Magalu caem 8,78% e as ações da Casas Bahia recuam 19,77%.

Cotação MGLU3

Gráfico gerado em: 22/01/2024
1 Dia

Segundo Fábio Lemos, sócio da Fatorial Investimentos, o setor de varejo é afetado nesta segunda-feira pela notícia do lançamento da nova política industrial do governo, que trouxe a percepção de piora nas contas públicas, com previsão de financiamento de R$ 300 bilhões até 2026 – sendo boa parte mobilizado pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

“Com isso, tivemos um movimento altista tanto no dólar como no juros, o que, no curto prazo, impacta demais empresas como Magazine Luiza e Casas Bahia, que já enfrentam um cenário econômico desafiador”, pontua.

Entenda a nova política industrial do governo

A nova política industrial do governo, chamada de “Nova Indústria Brasil“, terá R$ 300 bilhões disponíveis para financiamento até 2026. O lançamento será nesta segunda-feira (22).

Parte desse recurso, R$ 106 bilhões, já haviam sido anunciada na primeira reunião do Conselho Nacional de Desenvolvimento Industrial (CNDI) em julho do ano passado. Agora, o governo está incorporando ao montante R$ 194 bilhões, provenientes de diferentes fontes de recursos.

A nova política industrial visa impulsionar o desenvolvimento nacional até 2033, de acordo com o Executivo. Os recursos serão geridos pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Finep e Embrapii.

Os montantes serão disponibilizados por meio de linhas específicas, não reembolsáveis ou reembolsáveis, além de recursos por meio de mercado de capitais, em alinhamento aos objetivos e prioridades das missões para promover a neoindustrialização nacional.

O programa a ser lançado nesta segunda-feira prevê a articulação de diversos instrumentos de Estado, como linhas de crédito especiais, ações regulatórias e de propriedade intelectual, além de uma política de obras e compras públicas, com incentivos ao conteúdo local, para estimular o setor produtivo.

A política também lança mão de novos instrumentos de captação, como a linha de crédito de desenvolvimento (LCD), e um arcabouço de novas políticas – como o mercado regulado de carbono e a taxonomia verde.

“A nova política busca melhorar diretamente o cotidiano das pessoas, estimular o desenvolvimento produtivo e tecnológico, ampliar a competitividade da indústria brasileira, nortear o investimento, promover melhores empregos e impulsionar a presença qualificada do país no mercado internacional”, informou o governo.

O texto da “Nova Indústria Brasil” será entregue ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva nesta segunda-feira, em evento no Palácio do Planalto.

A política foi produzida ao longo do segundo semestre do ano passado pelos membros do CNDI, que é liderado pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic), e é composto por 20 ministérios, pelo BNDES e 21 entidades representativas da sociedade civil, do setor produtivo e dos trabalhadores. Nesse âmbito, foram definidas metas para cada uma das seis missões que norteiam os esforços até 2033. Para alcançar cada meta, há áreas prioritárias para investimentos e um conjunto de ações propostas.

“Uma outra frente de atuação da Nova Indústria Brasil é a desburocratização para a melhoria do ambiente de negócios. São 41 projetos, sendo 17 a serem executados pelos próximos dois anos pelo CNDI. O objetivo é enfrentar alguns dos principais desafios apresentados pelo setor produtivo, em consulta pública realizada pelo MDIC, para aumentar a produtividade e a competitividade das empresas brasileiras e melhorar o ambiente para investimentos produtivos”.

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Magazine Luiza (MGLU3) e Casas Bahia (BHIA3): Morgan Stanley corta preço-alvo e indica ações de outras varejistas

Em relatório divulgado na semana passada, o Morgan Stanley (MSBR34) revisou as projeções para o setor de consumo e varejo para 2024 na América Latina, com destaque para as ações de Magazine Luiza e Casas Bahia.

O banco cortou a recomendação para as ações do Magazine Luiza (MGLU3) de equalweight (exposição em linha com a média do mercado) para underweight (exposição abaixo da média do mercado), com preço-alvo sendo cortado de R$ 2,75 para R$ 2, ou baixa de 12% frente o fechamento da véspera.

Já para as ações de Casas Bahia (BHIA3), o Morgan Stanley manteve a recomendação underweight, com preço-alvo cortado de R$ 11,40 para 10 (queda de 1,1%). A preferência no segmento é pelas ações do Mercado Livre (MELI34) negociadas na Nasdaq. “Nós vemos tendências divergentes que continuam entre as operadoras de comércio eletrônico da América Latina”, avaliam os analistas do banco americano.

No caso de Magazine Luiza e Casas Bahia, os analistas do Morgan esperam que a pressão de lucros persista, em meio a uma ainda lenta recuperação do setor eletrônico e tração em categorias mais recentes que as varejistas apostam.

*Com informações de Estadão Conteúdo

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Giovanni Porfírio Jacomino

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