Conheça o ex-presidente de Banco que tenta aproximar Lula do mercado financeiro

Formado em Economia pela PUC-SP, Gabriel Galípolo chamou a atenção nos últimos dias após participar, com a deputada federal Gleisi Hoffmann (PT-PR), presidente do Partido dos Trabalhadores, de um jantar com empresários em São Paulo e ser apontado como um dos novos economistas do círculo de Luiz Inácio Lula da Silva.

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A ida de Galípolo e Gleisi ao jantar, assim como a aproximação do ex-presidente com Geraldo Alckmin, é um indício de que o Lula e o PT de um modo geral buscam um discurso menos radical na economia.

O encontro, organizado pelo grupo Esfera Brasil, reuniu nomes como Abílio Diniz (Grupo Península), André Esteves (BTG Pactual), Flávio Rocha (Riachuelo) e Eugênio Mattar (sócio-fundador da Localiza).

Galípolo não concedeu entrevista, mas, segundo uma fonte próxima, tem se empenhado em reduzir a tensão entre Lula e a Faria Lima, avenida símbolo do setor financeiro.

Tendo presidido o Banco Fator até 2021, Galípolo, hoje com 39 anos, é professor da UFRJ, pesquisador do Centro Brasileiro de Relações Internacionais (Cebri) e conselheiro da Fiesp.

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Trabalhou na Secretaria Estadual de Economia e Planejamento, no governo de José Serra. Há mais de 10 anos é próximo ao PT – em 2010, colaborou na construção do plano de governo do ex-ministro Aloizio Mercadante.

Transitar no setor público, na academia e na área financeira é uma vantagem na articulação política, avalia o economista-chefe do Fator, José Francisco de Lima Gonçalves.

A chegada de Galípolo ao comando do Fator, em 2017, coincidiu com o fim de uma crise econômica, a troca de governo por impeachment e uma mudança estrutural no mercado financeiro.

“Essa experiência dá uma visão menos ingênua na execução política”, afirma o ex-colega.

“O Galípolo está em um time do qual também faço parte, que entende ser preciso ajudar o mercado a se viabilizar, mas com limites. Não me venha dizer que precisa fazer reformas e o mercado faz o resto, porque isso simplesmente não funciona.”

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Economista de Lula vê teto e autonomia do BC ‘com cautela’

“O economista é como um navegador do século 16: só enxerga uma milha e meia pela frente”, afirmou Galípolo, em live recente. Ele vê com cautela a independência do Banco Central e o teto de gastos.

Para ele, o País não deveria ter um regime fiscal pró-cíclico, ou seja, que acaba acentuando o ciclo econômico para o bem ou para o mal.

Entende que o mais indicado, quando a economia piora, seria expandir os gastos públicos, e não cortar como exige o teto. Nas suas palavras, o teto ruiu e é preciso pensar em uma regra fiscal que tenha horizonte temporal mais amplo.

A regra fiscal do teto de gastos foi adotada em 2016 durante o governo de Michel Temer justamente para restabelecer a credibilidade das contas públicas depois de anos de gastos crescentes, durante os governos de Dilma Rousseff.

A ex-presidente, que sucedeu Lula, também seguia a visão de que as despesas do governo poderiam ser uma medida contracíclica, para estimular a economia durante períodos de recessão.

Com Estadão Conteúdo

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Eduardo Vargas

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