Linx (LINX3): ex-controlador faz acordo com CVM sobre ‘insider trading’

O ex-acionista controlador da Linx (LINX3), Marcos Akira Takata, fechou um acordo com a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) para encerrar um processo de suposto ‘insider trading‘. A informação foi divulgada pela autarquia nesta quarta-feira (27).

O termo de compromisso, que encerra o Processo Administrativo CVM SEI 199957.008545/2019-10, conclui que Akira Takata terá de pagar R$ 150 mil à CVM. O processo refere-se às vendas de ações da Linx pelo então controlador sob “posse de informação relevante ainda não divulgada ao mercado”.

O processo teve origem na denúncia de investidores em junho de 2019, após o controlador ter vendido papéis da companhia nos dias 25 e 26 de março de 2019, por valores superiores à cotação da ação à época, pouco antes do protocolo do pedido de registro da empresa na Securities and Exchange Commission (SEC), órgão regulador do mercado de capitais norte-americano, ocorrido em 29 de março.

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Devido a isso, em 28 de maio de 2019, um dia antes da divulgação do fato relevante sobre as ofertas de ações nacional e internacional da empresa, “teria havido oscilação atípica na cotação das ações” da empresa, sinalizando um “aparente vazamento da informação”.

De acordo com a Superintendência de Relações com o Mercado e Intermediários (SMI), apenas Akira Takata teria negociado as ações, tendo alienado no total 55 mil papéis ordinários, perfazendo um montante de R$ 1,925 milhão. Naquele momento, Akira Takata era o controlador da Linx, conforme consta do formulário de referência de março de 2018.

Segundo o parecer do comitê de termo de compromisso divulgado pela CVM, o executivo salientou que não agiu “com intenção de causar prejuízos ao mercado ou de realizar operações de insider trading“.

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Akira Takara reforça que “um investidor de posse de informação privilegiada ao vender ações está apostando na queda daquela ação quando a informação é divulgada”. No entanto, os papéis da Linx subiram a quase R$ 40 cerca de duas semanas depois das vendas do executivo, um valor superior em relação ao período da alienação das ações.

Contatada pelo SUNO Notícias, a Linx disse que “seus processos estão em compliance com as melhores práticas de governança impostas pelos órgãos reguladores de Companhias Abertas, que incluem a adesão de todos os seus administradores à política de negociação de valores mobiliários. O profissional em questão foi fundador de uma das empresas adquiridas pela Linx, nunca exerceu a função de administrador na Linx e não faz mais parte do bloco de controle”.

Jader Lazarini

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