Light (LIGT3): Tanure ‘põe culpa no gato’ por crise em texto no LinkedIn

Nelson Tanure, o principal acionista da Light (LIGT3), declarou que a empresa enfrenta “dificuldades financeiras seriíssimas” e apontou o furto de energia, também conhecido como “gato”, como a razão central da crise da empresa.

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Em uma publicação no LinkedIn, Tanure, que se tornou investidor da Light há seis meses, disse que está orgulhoso de sua decisão.

Ele também mencionou que tem priorizado a estruturação da recuperação da distribuidora, envolvendo conversas com credores e partes interessadas.

Tanure destacou que a Light perdeu R$ 600 milhões nos últimos 12 meses devido ao furto de energia. Ele enfatizou que essa situação não é sustentável e defendeu que a recuperação da Light requererá esforços conjuntos, envolvendo consumidores, governos, sociedade civil, credores e acionistas.

A Light S/A, a holding controladora da distribuidora, está atualmente em processo de recuperação judicial.

Recentemente, a empresa solicitou que a geradora fosse excluída desse processo. O pedido de recuperação judicial da Light gerou polêmica no mercado devido às restrições legais que impedem distribuidoras de energia elétrica de recorrerem a esse tipo de medida.

Além disso, a empresa aguarda uma decisão sobre o pedido de renovação da concessão da distribuidora, que expira em 2026.

Veja o texto de Tanure sobre a Light na íntegra

Há seis meses, tornei-me investidor da Light. E essa é uma decisão da qual muito me orgulho.

A empresa passa por dificuldades financeiras seriíssimas, e ajudar a estruturar essa recuperação, conversando com credores e stakeholders tem sido uma prioridade. Afinal, é um desafio tão importante quanto urgente.

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Isso porque não se trata de recuperar uma empresa igual a várias existentes no mercado. Resgatar toda a força e pujança da Light significa revigorar uma parte valiosa da história da industrialização não só do Rio de Janeiro, mas do Brasil.

A Light chegou ao Rio em 1905 e, desde então, desempenha um papel fundamental na transformação da paisagem urbana e na modernização da infraestrutura elétrica.

Foi uma das primeiras empresas a construir uma usina hidrelétrica de grande porte, a Usina de Ribeirão das Lages; trouxe os bondes elétricos, a telefonia e até a distribuição de gás para o Estado.

A Light faz parte da memória afetiva de muitos cariocas. Eu cheguei ao Rio já adulto, para empreender, mas logo percebi que aqui havia um jeito particular de ensinar as crianças a economizarem energia: “você acha que é sócio da Light?” – era o que os pais perguntavam aos filhos que esqueciam alguma lâmpada acesa ou demoravam demais no banho. Se você foi criado no Rio, sabe do que estou falando. 

Os anos passam e hoje tenho a honra de dizer que eu sou sócio da Light. Por isso assumi, comigo mesmo e com a população do Rio de Janeiro, o compromisso de trabalhar para a recuperação dessa belíssima companhia.

Crises financeiras são solucionáveis – com empenho e dedicação, é claro. Mas perder parte da nossa história é um caminho sem volta.

Além da sequência de erros de gestão, cometidos desde a privatização, um dos motivos centrais dessa crise financeira é o furto de energia – o “gato”, infelizmente tão conhecido pela população. Nos últimos 12 meses, a Light perdeu cerca de R$600 milhões com esse problema.

Essa situação não é sustentável, mas a companhia não tem como resolvê-la sozinha. Por isso, defendo que vamos recuperar a Light com muito trabalho e diálogo, envolvendo consumidores, governos, sociedade civil, credores e acionistas.

Como eu disse, em entrevista recente ao Brazil Journal, “a ideia é e sempre foi repartir as perdas no presente, mas também, e sobretudo, repartir os ganhos no futuro”. Reitero: A recuperação da Light será uma vitória de todos nós.

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Eduardo Vargas

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