Em crise, Kraft Heinz põe a venda a marca de café Maxwell House

A Kraft Heinz colcou a venda a venda a marca de café Maxwell House. Segundo a rede de TV norte-americana CNBC, o banco Credit Suisse foi contratado para auxiliar a operação.

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No ano passado, os produtos Maxwell House registraram um lucro de US$ 400 milhões antes de juros, impostos depreciação e amortização (Ebitda). Segundo os analistas, a venda poderia levar para o caixa da Kraft Heinz US$ 3 bilhões. O objetivo da gigante dos alimentos é diminuir sua alavancagem para 3 vezes o Ebitda, das 4 vezes atuais.

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Entretanto, o mercado dos cafés embalados está enfrentando um aumento da competição. Marcas como Starbucks e Dunkin´Donuts também entraram na disputa para conquistar fatias de mercado.

Venda para tentar superar crise

A decisão de vender a Maxwell House chega no momento de maior crise do grupo Kraft Heinz. O colosso dos produtos alimentares enfrenta uma constante redução de sua cota de mercado.

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Na última sexta-feira (25), a Kraft Heinz apresentou um prejuízo no quarto trimestre, chegando a US$ 12,6 bilhões. Um resultado financeiro muito menor do que as aspectivas do mercado. Com essa perda, o dividendo por ação foi para US$ 40 centavos. O mercado esperava um dividendo de US$ 62,5 centavos por ação.

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Além disso, a empresa anunciou uma corte de US$15,4 bilhões no valor das marcas Kraft e Oscar Mayer. E, no mesmo dia, a Kraft Heinz informou que está sendo investigada pela Securities and Exchange Commission (SEC). A autoridade de vigilância da Bolsa de Valores dos EUA já a atuou em US$ 25 milhões por irregularidades no balanço. Em último, a gigante informou que espera novamente resultados contábeis negativos em 2019. Isso levou a uma queda de 28% do valor das ações na Bolsa de Nova York.

Por causa dessa contração, a Berkshire Hathaway, do mega-investidor Warren Buffett, perdeu mais de US$ 4 bilhões em um dia. Isso porque a Kraft é uma das maiores participações da carteira de Buffett, apenas atrás da Apple, bancos e da Coca-Cola.

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Momento de tensão

A notificação da SEC chega em um momento turbulento da história da Kraft Heinz. Em abril do ano passado, Marcel Telles deixou o board da empresa. Além disso, os investidores estão se mostrando insatisfeitos com a gestão da empresa. E isso tudo aumentou a pressão sobre o CEO Bernardo Hees.

“Ainda acreditamos firmemente que nosso modelo está funcionando e tem muito potencial para o futuro”, declarou Hees em uma videoconferência com analistas e investidores. O CEO da Kraft Heinz salientou como a administração estava “desapontada” com os níveis de lucratividade. “Estávamos muito otimistas em entregar cortes de gastos que não se concretizaram”, afirmou o executivo.

Carlo Cauti

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