Klabin (KLBN11): efeito do câmbio provoca prejuízo em 2020, mas lucro dobra no 4T20

A Klabin (KLBN11) teve um lucro líquido de R$ 1,327 bilhão no quarto trimestre de 2020, revertendo o prejuízo de R$ 191 milhões registrados no terceiro trimestre e crescendo 110% na comparação com o mesmo período de 2019.

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No consolidado do ano, entretanto, a empresa registrou um prejuízo de R$ 2,487 bilhões, revertendo o lucro de 2019, que somou R$ 714 milhões. Segundo a companhia, o número foi impactado negativamente pela intensa desvalorização do real frente ao dólar no ano, principalmente no primeiro semestre, uma vez que a dívida da empresa está, em sua maioria, emitida na moeda americana.

A Klabin possui um endividamento bruto de R$ 26,3 bilhões, sendo 79% em moeda estrangeira e 21% em reais. Além da variação do câmbio, a Klabin afirma também que seu desempenho no ano foi afetado pela pandemia da covid-19 e pela queda no preço da celulose.

Efeito contrário no quarto trimestre

Ao contrário do que ocorreu no consolidado anual, o efeito cambial no quarto trimestre foi favorável para o balanço. Com as variações cambiais entre outubro e dezembro, quando o dólar arrefeceu frente ao real, a empresa de papel e celulose viu sua dívida cair cerca de R$ 2,5 bilhões na comparação com o terceiro trimestre de 2020.

A relação divida líquida e Ebitda ficou em 4 vezes no fim de 2020, ante 4,6 vezes no terceiro trimestre. Além da variação do câmbio, a dívida diminuiu porque a companhia adiantou o pagamento de US$ 150 milhões em notas vincendas em 2023. No quarto trimestre de 2019, alavancagem da Klabin era de 3,3 vezes

A receita líquida da empresa cresceu, ajudada pela variação do dólar, uma vez que boa parte da produção da companhia é exportada. No quarto trimestre, ela foi de R$ 3,29 bilhões, alta de 22% na base anual, 12% desconsiderando o que foi obtido através de novas unidades adquiridas. No consolidado total do ano, a receita avançou 16%, alcançando quase R$ 12 bilhões.

O Ebitda ajustado, segundo a Klabin, foi impulsionado pelo aumento da receita e por uma maior disciplina de custos. O número chegou a R$ 1,3 bilhão, alta de 36% na base anual. Excluindo efeitos não-recorrentes, a alta foi de 15%, com o valor chegando a R$ 1,1 bilhão.

Klabin vê recuperação no preço da celulose

Os preços de celulose de fibra curta e longa, segundo a Klabin, tiveram média de, respectivamente, US$ 462 e US$ 618 por tonelada. Segundo a empresa, isso indica um movimento de recuperação, que ainda está sendo percebido no começo de 2021.

A tendência altista de agora é impulsionada pela retomada da demanda de algumas regiões e pela diminuição da oferta, com o crescimento de paradas para manutenção após o período mais crítico da pandemia, e também pela variação cambial.

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O custo por tonelada de celulose foi de R$ 755. A empresa pontua que a maior parte da alta do preço foi impulsionada pelas manutenções na unidade de celulose, que parou suas atividades no mês de dezembro. Sem isso, porém, haveria ainda um acréscimo de cerca de 10% na base anual, motivada igualmente pela desvalorização do real que tornou mais cara a importação de produtos químicos.

A Klabin pontua ainda que assumiu no último trimestre de 2020 os ativos comprados da International Paper, que adicionam 68 mil toneladas de papelão ao volume de vendas da companhia. Esse número avançou, no último trimestre, 941 mil toneladas, alta de 2% na base anual.

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Vitor Azevedo

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