“No caminho certo, mas…” IRB (IRBR3): BTG diz que recuperação será lenta e recomenda venda das ações

Após participar do Investor Day da IRB (IRBR3), o BTG Pactual afirma que a empresa está caminhando na direção correta, mas não espera que a recuperação seja rápida. Com isso, o banco reiterou recomendação de venda das ações.

“O IRB ainda está encolhendo, o que é prejudicial para os números de subscrição (principalmente diluição de custos) e porque prejudica sua capacidade de gerar, reinvestir prêmios e obter resultados financeiros”, diz a equipe do BTG.

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Além disso, com a queda da Selic, analistas não preveem uma recuperação rápida na linha de resultados financeiros.

Durante o evento, de acordo com o BTG, Marcos Falcão, CEO da IRB, reiterou seu compromisso com a reestruturação da companhia e enfatizou três vantagens competitivas do IRB.

  • compreensão do mercado local,
  • decisões tomadas com autoridade local, enquanto os players internacionais frequentemente exigem aprovações de suas sedes no exterior
  • capacidade de absorver riscos.

Já o diretor de técnico da empresa, Daniel Volpe, citou que a estratégia de recuperação do IRB engloba uma rápida limpeza de portfólio, seguida por ajustes para aprimorar a qualidade do portfólio, melhorando as perspectivas de crescimento até 2024.

Além disso, a empresa reforçou a meta de derivar 80% de sua receita no Brasil e 20% na América Latina. “[os executivos] afirmaram que a maior parte da limpeza de portfólio está concluída. A questão recente foi a exposição ao resseguro rural na Ásia / Índia, enquanto uma parte do segmento de propriedades internacionais ainda precisa ser reduzida para atingir a meta de 80% de receita no Brasil”, diz o BTG.

Por fim, Falcão encerrou o Investor Day do IRB afirmando que nenhuma orientação para os resultados de 2024 seria fornecida, já que a IRB está nas fases iniciais de seu processo de orçamento.

IRB: BTG cita recuperação lenta

Após o Investor Day, o BTG manteve recomendação de venda dos papéis do IRB, com preço-alvo de R$ 40, citando que a recuperação da empresa não deve ser tão rápida.

No entanto, segundo analistas, o balanço patrimonial melhorou, em termos de capital e provisões técnicas, graças a lucros e a esse encolhimento.

“No entanto, e apesar de ter caído quase 10% desde nossa rebaixamento em 23 de julho para venda, a avaliação ainda não é atrativa, com 0,9x último Valor Patrimonial por Ação [VPA], mas 2,1x VPA ajustado, excluindo ativos intangíveis do patrimônio líquido, levando-nos a reiterar nossa classificação”, conclui o BTG.

IRB registrou lucro de R$ 20,1 milhões no 2T23

IRB Brasil (IRBR3) apresentou um lucro líquido de R$ 20,1 milhões no 2º trimestre de 2023 (2T23), revertendo prejuízo líquido de R$ 373,3 milhões apurado no mesmo período do ano passado.

No acumulado do ano, o IRB teve um lucro líquido de R$ 28,6 milhões, ante prejuízo de R$ 292,9 milhões registrados no mesmo período de 2022.

No segundo trimestre, a empresa obteve resultado de underwriting positivo em R$ 35,4 milhões, ante resultado negativo de R$ 661 milhões no 2T22.

Além disso, neste trimestre, houve reversão do resultado de underwriting no Brasil, que chegou a ser negativo em R$ 535,7 milhões no 2T22, e agora é positivo em R$ 18,1 milhões.

No exterior, o resultado de subscrição foi positivo em R$ 17,3 milhões no segundo trimestre deste ano, frente a um resultado negativo de R$ 125,3 milhões no período de igual etapa em 2022.

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prêmio emitido total do IRB caiu 17,2% na base anual, para R$ 1,394 bilhão no segundo trimestre.

Já o prêmio emitido no Brasil somou cerca de R$ 994,3 milhões no período, com recuo de 13,8% na comparação com o mesmo período de 2022, “em linha com a estratégia de limpeza da carteira, com descontinuidade de alguns contratos”, informou o IRB.

prêmio emitido no exterior foi de R$ 400,0 milhões no 2T23, com baixa de 24,7% na comparação com o 2T22.

Outros resultados

No segundo trimestre, o sinistro retido total foi de R$ 751,5 milhões, queda de 54,8% em relação ao mesmo período de 2022, enquanto o índice de sinistralidade caiu 50,6 pontos percentuais (p.p) na base anual, para 73,6%.

índice combinado do IRB Brasil, que inclui sinistralidade, comissionamento e demais despesas, foi de 108,3% no 2T23, queda de 46 pontos percentuais na base anual.

No 2T23, o caixa consumido pelas operações totalizou R$ 171,6 milhões, comparado a um consumo de caixa de R$ 475,6 milhões no 2T22. “O consumo de caixa nesse trimestre deu-se, principalmente, pelo menor recebimento de prêmios quando comparado com o 2T22”, destacou o IBR.

Entre os meses de abril e junho de 2023, as despesas operacionais e administrativas do IRB Brasil totalizaram R$ 86,7 milhões, aumento de 9,1% na base anual. Segundo a companhia, “no trimestre, uma despesa de R$ 7,9 milhões impactou a linha de pessoal, em virtude do Programa de Demissão Voluntária finalizado em maio de 2023”.

Já o resultado financeiro e patrimonial do IRB fechou o segundo trimestre positivo em R$ 95,7 milhões, queda de 8,3% em relação ao 2T22, “impactado pela apreciação do real no segundo trimestre, o que afetou negativamente nossa carteira no exterior”, explicou.

Cotação

Nesta quinta-feira (31), as ações do IRB caíram 4,62%, cotadas em R$ 42,96.

Cotação IRBR3

Gráfico gerado em: 31/08/2023
1 Ano

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Vinícius Alves

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