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IRB (IRBR3) cancela programa de remuneração variável atrelado a ações

A IRB Brasil (IRBR3) informou na noite da última sexta-feira (6) que a nova diretoria não terá direito ao programa de superação-remuneração variável atrelada ao desempenho das ações.

“A intenção da companhia não é a de instituir novo programa nós mesmos moldes”, informou a IRB em comunicado. O documento foi divulgado em resposta a questionamento da Comissão de Valores Mobiliários (CVM).

O programa tinha sido estabelecido em 2018. Entre os executivos beneficiados por esses bônus estavam:

  • Jose Carlos Cardoso, CEO da resseguradora;
  • Fernando Passos, vice-presidente executivo, financeiro e de relações com investidores;
  • Lucia Maria Valle, vice-presidente de riscos

Cardoso e Passo renunciaram a última semana após o escândalo resultante da falsa informação que o fundo norte-americano Berkshire Hathaway, do megainvestidor Warren Buffett, teria investido na empresa.

A única que ainda terá direito ao benefício será Valle. Entretanto, o pagamento dependerá do alcance das metas até maio de 2021.

Segundo a IRB, os guidances da empresa estão mantidos. Entretanto, após a posse do novo vice-presidente financeiro, Werner Süffert, “é natural que os números sejam por ele revistos”.

Entenda o imbróglio com a IRB Brasil

O imbróglio com a IRB Brasil começou com a divulgação pela gestora Squadra, no final de janeiro, de uma carta acusando a resseguradora de irregularidades contábeis. Após uma forte queda das ações em fevereiro, no final do mês o jornal “O Estado de S.Paulo” divulgou a notícia que a Berkshire Hathaway teria triplicado sua posição na empresa.

Entretanto, poucos dias depois a própria Berkshire negou qualquer participação na IRB. “Surgiram relatos recentes na imprensa brasileira que a Berkshire Hathaway Inc. teria se tornado acionista da IRB Brasil. Esses relatos são incorretos. A Berkshire Hathaway não é atualmente um acionista da IRB, nunca foi acionista da IRB e não tem intenção de se tornar acionista da IRB”, salientou a empresa de Buffett em nota. O documento é assinado pelo vice-presidente financeiro da Berkshire, Marc D. Hamburg.

 

A participação da norte-americana, segundo o Estadão, estaria próxima de US$ 200 milhões (cerca de R$ 900 milhões). A nota divulgada pela Berkshire negou essas informações.

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A notícia levou a cotação das ações a subir na Bolsa de Valores de São Paulo (B3) de 6,65% no dia 27 de fevereiro. Uma tendência contrária ao andamento do mercado, que há dias amargava forte perdas por causa dos efeitos econômicos da epidemia de coronavírus.

A IRB tinha chegado a confirmar em uma teleconferência realizada antes da abertura do mercado no dia 2 de março a compra de ações por parte da Berkshire Hathaway.

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O presidente do IRB, José Carlos Cardoso, e o diretor financeiro, Fernando Passos, ressaltaram como a Berkshire era já cliente e retrocessionária da resseguradora brasileira. A empresa estadunidense teria aumentado sua posição acionária recentemente.

Além disso, os dois salientaram como a advogada Márcia Cicarelli, representante da Berkshire Hathaway no Brasil, tinha sido indicada no Conselho Fiscal da resseguradora brasileira. Todas essas informações tinham sido divulgadas em exclusividade pelo “O Estado de S.Paulo”.

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Cicarelli atua há mais de 25 anos na área de seguros e resseguros. Ela é sócia do Demarest Advogados, sendo responsável por casos de extrema complexidade. Ela é procuradora do ressegurador eventual Berkshire Hathaway International Insurance Limited no País.

O escândalo que seguiu levou a demissão da diretoria da IRB e a queda das ações na B3, onde perderam cerca de 70% de seu valor em 2 dias.

Carlo Cauti

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