Trabalhadores da maior fábrica de iPhones protestam na China: ‘Paguem-nos!’

Funcionários de uma fábrica da Foxconn, maior fornecedora de iPhones da Apple (AAPL34), protestaram na China. Na quarta (23), os colaboradores chegaram a quebrar câmeras de vigilância e janelas enquanto gritavam “paguem-nos”.

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O protesto na fábrica do Iphone ocorreu na unidade localizada em Zhengzhou, um dos locais atingidos pelas rígidas regras governamentais de controle da Covid-19. Segundo a Reuters, o estopim para a manifestação seria um plano para atrasar o pagamento dos bônus salariais.

Em transmissões ao vivo realizadas nas redes sociais, foram registradas denúncias de que os colaboradores estavam sendo forçados a dividir dormitórios com pessoas que testaram positivo para Covid-19 em Zhengzhou.

No final de outubro, a Foxconn impôs um sistema de trabalho batizado de “circuito fechado”, no qual a equipe vive e trabalha no mesmo local. Contudo, o descontentamento dos funcionários com as rígidas regras de quarentena, as más condições do local e a incapacidade da companhia de conter surtos de Covid-19 fizeram com que os empregados deixassem essas instalações e fomentaram os protestos na China.

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Prejuízo na venda de iPhones

Fontes da Reuters divergiram se a produção havia ou não sido afetada pelos protestos dos trabalhadores da fábrica do iPhone. Analistas ouvidos pela agência projetaram que possíveis prejuízos dessas manifestações podem custar à Apple cerca de US$ 1 bilhão por semana em vendas perdidas destes aparelhos.

Em comunicado, a Foxconn afirmou que cumpre com os pagamentos e que os relatos sobre o compartilhamento de dormitórios com doentes são “falsos”.

Após a divulgação deste posicionamento, a empresa atualizou o comunicado e explicou que “um erro de entrada no sistema de computador” ocasionou a falha no sistema de pagamentos, mas que todos receberão os saldos acordados anteriormente.

“Em relação a qualquer violência, a empresa continuará a se comunicar com os funcionários e o governo para evitar que incidentes semelhantes aconteçam novamente”, complementou a empresa em nota.

A Apple disse que conta com funcionários no local e que está trabalhando com a Foxconn para que as preocupações dos funcionários sejam atendidas.

Após os protestos na China, o governo chinês ordenou um novo confinamento que atinge seis milhões de pessoas na “cidade do iPhone”, como Zhengzhou foi apelidada pela imprensa.

A Foxconn é responsável por 70% da produção de iPhones no mundo. A maioria dos aparelhos são produzidos nas instalações de Zhengzhou, e a empresa também conta com operações menores na Índia e em outras regiões da China.

Confira alguns vídeos dos protestos:

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Erick Matheus Nery

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