IPCA de outubro sobe 0,24% com alta de preço de passagens aéreas

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), considerado o principal indicador da inflação no Brasil, anotou uma alta de 0,24% em outubro.

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Com o resultado, o “termômetro da inflação” chega ao quarto mês seguido subindo. Em comparação ao mês anterior, a taxa registrada foi de 0,26% em setembro. Já em relação ao ano anterior, em outubro de 2022 a taxa chegava ao 0,59%.

No ano, o IPCA acumula uma alta de 3,74% e de 4,82% nos últimos 12 meses, uma redução ante a taxa dos 12 meses imediatamente anteriores (5,19%).

Segundo o head de pesquisa macroeconômica da Kínitro Capital, João Savignon, o IPCA de outubro de 0,24% veio abaixo do esperado pela casa e também pelo consenso do mercado, ambos a 0,29%. Nesse caso, o que desviou o índice para baixo em relação às projeções foi o resultado de Bens industriais, “com destaque para os itens de higiene pessoal”, justifica.

Preço de transportes e alimentação subiu em outubro, aponta IPCA

De acordo com os dados divulgados pelo Instituto Brasileira de Geografia e Estatística (IBGE) nesta sexta-feira (10) pela manhã, no mês de outubro quase todos os grupos dentre os nove analisados viram os seus bens e serviços ficarem mais caros.

A única exceção foi o grupo Comunicação, que caiu em 0,19% (-0,01 ponto percentual, p.p.).

Os grupos com as maiores altas nos preços foram de Transportes (+0,35%) e Alimentação e bebidas (0,31%), contribuindo com 0,07 p.p. cada no índice geral.

“Como esperado, o resultado de hoje refletiu a volta do preço dos alimentos para o campo positivo, após recuar 4 meses consecutivos, e o preço de serviços elevados, por conta de passagens aéreas, que subiram 23,7% no mês”, ressalta o economista da Kínitro Capital.

A seguir é possível conferir as principais variações e o impacto de cada grupo no IPCA de outubro:

Grupo Variação (%) e Impacto (p.p.)
Índice Geral0,24% (+0,24 p.p.)
Alimentação e bebidas0,31% (+0,07 p.p.)
Habitação0,02% (0,00 p.p.)
Artigos de residência0,46% (+0,02 p.p.)
Vestuário0,45% (+0,02 p.p.)
Transportes0,35% (+0,07 p.p.)
Saúde e cuidados pessoais0,32% (+0,04 p.p.)
Despesas pessoais0,27% (+0,03 p.p.)
Educação0,05% (0,00 p.p.)
Comunicação-0,19% (-0,01 p.p.)
Fonte: IBGE

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Passagens aéreas estão mais caras e refletem no índice

Pelos dados divulgados pelo IBGE, o maior impacto no IPCA de outubro foi proveniente da alta no preço das passagens aéreas, de 23,7% em relação a setembro.

“O IPCA mostrou resultado abaixo do esperado na margem e novamente com uma abertura benigna.
A aceleração dos serviços se deu por conta de itens voláteis, especialmente passagens aéreas”, afirmou Savignon.

Na visão da casa, a alta de passagens aéreas reflete tanto o aumento da demanda, com a aproximação das férias, como o aumento do querosene de aviação. “A Petrobras (PETR4) tinha subido o preço nas refinarias em 21,4% em setembro e 5,3% em outubro”, relembra Savignon.

Além disso, o economista ainda chamou a atenção que a dinâmica nos preços de bens industriais melhor do que a esperada pode estar relacionada às promoções esperadas para o mês de novembro, “possivelmente refletindo alguma antecipação da Black Friday”.

Além disso, o economista reforçou que o dado de hoje reforça a dinâmica recente da inflação no Brasil, em linha com “o plano de voo do Banco Central no ciclo de cortes de juros.”

IPCA ao longo de 2023

Confira a seguir as variações do principal índice da inflação brasileira ao longo deste ano:

MÊSRESULTADO
Março/240,16%
Fevereiro/240,83%
Janeiro/20240,42%
Dezembro/20230,56%
Novembro/230,28%
Outubro/230,24%
Setembro/230,26%
Agosto/230,23%
Julho/230,12%
Junho/230,08%
Maio/230,23%
Abril/230,61%
Março/230,71%
Fevereiro/230,84%
Janeiro/230,53%

No intervalo de 12 meses,

A meta da inflação para o período de 12 meses segue fora do resultado registrado pelo IPCA. Para o Banco Central, o objetivo é chegar em 3,25%, com tolerância de 1,75% a 4.75%. Por hora, a taxa está em 4,82%.

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Camila Paim

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