Grana na conta

Investimento ou armadilha? Veja 5 investimentos que são uma “furada”

Ao passear um pouco pelas redes sociais, é muito fácil  encontrar diversos influencers  do mercado financeiro oferecendo “os melhores investimentos do mundo”, ou até mesmo a famosa promessa de dinheiro fácil ou riqueza instantânea. Além disso, alguns bancos também oferecem produtos que não têm muitas vantagens para os clientes.

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Assim, os investidores devem ficar atentos a essas promessas de “investimentos perfeitos”, pois embora o mercado procure, a aplicação perfeita ainda não existe.

É verdade que tem muitos investimentos bons que darão um bom retorno ao investidor. No entanto, também é verdade que existem algumas aplicações que estão mais para uma “furada“, pois não dão um bom retorno para os investidores.

Frente a isso, o SUNO Notícias separou cinco investimentos que podem não ser tão bons como aparentam ser.

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Esse investimento é uma furada

“A ciência refuta o COE”

O COE, ou Certificado de Operações Estruturadas, é um produto financeiro que junta operações de renda fixa com renda variável e por isso chama a atenção dos investidores que querem expandir seu capital através do mercado financeiro, mas têm muita aversão a riscos.

De acordo com os emissores de COE, o objetivo do produto é diminuir as possibilidades de fracasso de investimentos, no entanto, isso não significa que ele seja uma das melhores opções para investir.

A analista CNPI da SUNO Research, Gabriela Mosmann destaca que “a ciência refuta o COE. Um estudo da FGV mostrou que cerca de 90% dos COE foram vendidos aos investidores de varejo com retorno esperado abaixo da taxa livre de risco (Selic)”.

Segundo ela, “os COEs são mais arriscados que o ativo livre de risco (além de serem ilíquidos) e deveriam oferecer retornos esperados superiores ao do ativo livre de risco. É improvável que os COEs atuem como um seguro e que, por causa disso, os investidores estejam conscientemente pagando um prêmio pela proteção oferecida”.

Poupança é investimento?

A poupança é um dos “investimentos” queridinhos dos brasileiros. Em junho desse ano, a poupança registrou o melhor desempenho do ano, quando os brasileiros depositaram R$ 7,09 bilhões a mais do que sacaram na caderneta de poupança.

Desde 2012, a rentabilidade da poupança está atrelada ao desempenho da Taxa Selic, ao passo que quando a taxa estiver igual ou abaixo de 8,5% ao ano a poupança rende 70% da Selic mais a Taxa Referencial (TR). Mas quando a Selic estiver acima de 8,5% ao ano, a poupança deve render 0,5% ao mês, mais a TR.

No entanto, já faz algum tempo que taxa referencial está zerada.

Nesse cenário, Mosmann lembra que “a poupança, muitas vezes, não consegue nem vencer a inflação, além disso ela rende menos que o Tesouro Selic mesmo pagando a maior tributação”.

Consórcio é quase um jogo

Outro investimento que muitas vezes deixa a desejar no quesito vantagens é o consórcio.

Geralmente consórcios têm prestações mais baratas que um financiamento ou empréstimo, por exemplo, e assim acaba chamando a atenção de quem busca comprar uma casa, um carro ou fazer uma aquisição que custa um pouco mais caro.

O consórcio reúne um grupo de pessoas que tem interesse em adquirir o mesmo bem e assim contribuem mensalmente para um fundo em comum, que irá comprar os bens para todos os membros do grupo.

Dessa forma, todos os meses o dinheiro pago pelos consorciados é reunido e utilizado para que, pelo menos, uma pessoa do grupo possa fazer sua aquisição. Com isso, a distribuição dos bens vai acontecendo progressivamente, até que no final do consórcio todos os cotistas sejam contemplados.

Além disso, as vezes acontecem sorteios para decidir quem receberá o bem primeiro.

Mosmann explica que “consorcio é quase como um jogo. Se você tiver sorte será sorteado logo, mas precisará continuar pagando as parcelas até o final. Se você não tiver essa sorte, precisará esperar por bastante tempo e ainda pode estar sujeito ao risco da inadimplência de outras pessoas que já foram premiadas”.

Título de capitalização é até pior que a poupança

Um título de capitalização é um título nominativo que pode ser adquirido a prazo ou à vista. Esse tipo de produto funciona como um tipo de reserva financeira e ao mesmo tempo quem investe nele concorre a alguns prêmios que são distribuídos regularmente.

Uma das principais desvantagens de aplicar em títulos de capitalização é que o dinheiro investido fica parado até o final do prazo pré-estipulado no momento da compra. Também cabe destacar que os títulos de capitalização também não distribuem rendimentos.

Além disso, se o investidor decidir tirar o dinheiro antes do final do prazo, ele pode ter que pagar multa por rescisão de contrato.

Outro ponto ressaltado por Mosmann, é que “os títulos de capitalização possuem varias taxas, das quais podem ser bem altas e geralmente não são claras a quem está adquirindo ele. Em termos de rentabilidade, ela é pior até que a da poupança”.

Investimentos em quartos de hotel

Você sabia que é possível investir em quartos de hotéis? Esse tipo de aplicação atrai diversas pessoas interessadas no setor hoteleiro, mas também tem suas armadilhas e desvantagens.

Atualmente é possível investir em um grupo de quartos ou em apenas um quarto. Ao investir em um conjunto de quartos, diversos investidores “donos” dos quartos dividem os lucros gerados pelos cômodos. O valor distribuído entre os investidores já exclui os custos do hotel na manutenção dos quartos.

Ao investir em apenas um quarto, a distribuição dos lucros acontece da mesma forma, mas há maiores chances do quarto ficar desocupado por um maior período de tempo, pois afinal, é apenas um quarto.

Além disso, caso o investidor queira se desfazer do investimento depois, pode ser que encontre um pouco de dificuldade devido a iliquidez desse tipo de produto.

Frente a isso, antes de investir, é necessário estudar bem o ativo, bem como suas vantagens e desvantagens.

Investindo com cuidado

Antes de qualquer investimento  é importante ressaltar que quitar as dívidas e construir uma reserva de emergência deve sempre ser a prioridade. Os analistas da SUNO Research sempre salientam que é necessário antes poupar dinheiro para depois investir, e nunca se endividar para investir ou investir endividado. Esta matéria não é uma recomendação de investimento.

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Laura Moutinho

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