Inflação nos EUA: índice PCE de gastos com consumo sobe 0,3%; núcleo avança 0,5%

O índice de preços de gastos com consumo (PCE, na sigla em inglês) – medida de inflação nos EUA preferida do Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos) – subiu 0,3% em setembro ante agosto, segundo dados publicados nesta sexta-feira, 28, pelo Departamento do Comércio norte-americano. O núcleo do PCE, que exclui itens voláteis como alimentos e energia, avançou 0,5% no mesmo período, vindo em linha com a expectativa de analistas consultados pelo The Wall Street Journal.

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Na comparação anual, o PCE subiu 6,2% em setembro e seu núcleo aumentou 5,1%.

A pesquisa sobre inflação nos EUA também mostrou que a renda pessoal no país cresceu 0,4% em setembro ante agosto, superando o consenso dos analistas, de aumento de 0,3%. Já os gastos com consumo subiram 0,6% no mesmo intervalo, também acima das expectativas de acréscimo de 0,4%.

O dado mensal de renda pessoal de agosto foi revisado para cima, de alta de 0,3% para ganho de 0,4%, assim como o de gastos com consumo, de +0,4% para +0,6%.

“Comportamento geral da economia continua desafiando o combate à inflação nos EUA”

Carlos Vaz, CEO e fundador da CONTI Capital, comenta o resultado do PCE: “Ontem os Estados Unidos informaram a prévia do seu PIB para o 3º tri, indicando crescimento econômico, inclusive acima do que os especialistas e investidores previam e constataram: o comportamento geral da economia americana continua desafiando o combate à inflação, mostrando-se forte e resiliente frente aos aumentos de juros promovidos pelo banco central americano. Hoje, com a divulgação do PCE de setembro, essa percepção pode ser revalidada e pode dar um clima um pouco mais otimista ao mercado, indicando que em 2023 os EUA, muito provavelmente, conseguirão evitar uma recessão. No entanto, o Fed deve seguir com sua postura de aperto monetário, apresentando aumentos entre 50 e 75bps até o final deste ano.

Por que, mesmo com esses dados de inflação, as taxas de juros vão continuar subindo? Vaz explica: “Na minha opinião, embora seja possível notar oscilações nos índices de crescimento econômico, ora permitindo avaliar a possibilidade de uma medida mais branda, ora reforçando a necessidade do tom hawkish, o fato é que o ciclo de aumento na taxa de juros para arrefecer a inflação deverá se manter, especialmente no curto prazo.”

O CEO e fundador da CONTI capital complementa: “Com isso, o clima de inquietação e incerteza se manterá vivo na rotina dos investidores, que, na minha opinião, devem buscar diminuir os riscos e avaliar uma diversificação de carteira, realizar o acompanhamento frequente do cenário econômico global e lembrar que há opções de investimentos contracíclicos, portanto relativamente menos voláteis, e que até podem significar alguma calma diante de tanto alvoroço”.

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Sentimento do consumidor dos EUA sobe a 59,9 em outubro, mostra leitura final

O índice de sentimento do consumidor nos Estados Unidos elaborado pela Universidade de Michigan subiu de 58,6 em setembro para 59,9 em outubro, de acordo com pesquisa final divulgada também nesta sexta-feira. O resultado ficou ligeiramente acima da leitura preliminar deste mês e da projeção de analistas consultados pelo The Wall Street Journal, de 59,8 em ambos os casos.

A pesquisa também mostrou que as expectativas para a inflação em 12 meses nos EUA subiram de 4,7% em setembro para 5% em outubro.

Já a expectativa de inflação nos EUA para o horizonte de 5 anos avançou de 2,7% para 2,9%.

Com informações do Estadão Conteúdo

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Marco Antônio Lopes

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