Inflação não é preocupante, diz presidente do Banco Central

O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, afirmou em evento online da Febraban que a instituição quer “passar uma mensagem de tranquilidade” em relação à inflação e que os índices estão sendo monitorados. Até então, a leitura feita é que a recente alta é um problema momentâneo e que o número ainda está dentro da meta.

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Além disso, Campos Neto pontuou que a alta da inflação tem sido um problema generalizado no mundo, não acontecendo apenas no Brasil. “Nos Estados Unidos a inflação começou forte e depois caiu, já a Europa segue em tendência de alta”, disse.

O Banco Central, nesta semana, elevou, no Boletim Focus, a projeção da inflação pela 14ª semana consecutiva, para 3,25%. Na última divulgação do IPCA, em outubro, o índice avançou 0,86%, a maior alta para o mês da história. Para Campos Neto, a inflação dos alimentos e bebidas, a mais acentuada dos últimos meses, não permanecerá por muito tempo. Com o fim do auxílio emergencial, a pressão sobre esses produtos deve ser aplacada.

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Para o presidente do Banco Central, o fator do câmbio ainda pesa e o Brasil se encontra em uma situação delicada frente aos outros emergentes, com sua moeda entre uma das mais desvalorizadas. “No momento, o Brasil tem que definir o que é problema de liquidez e o que é problema de solvência”, afirmou.

Campos Neto ainda declarou que, apesar dos estímulos do Banco Central, “o país não roda na Selic”. A curva de juros, para ele, precisa ser diminuída para gerar um movimento de subsídio privado, o que, no momento, está impossibilitado pelos ruídos políticos, como a discussão sobre a permanência do teto de gastos.

O problema fiscal, entretanto, não é único do Brasil. “O mundo emergente chegou em um nível nunca visto. As taxas de juros baixas aumentam os riscos. Estamos em um nível nunca visto de sensibilidade às mudanças de juros. Se começarmos uma recuperação global e as curvas não pararem de subir, teremos um efeito de pobreza que vai retirar estímulos da economia”.

Nos países emergentes com dívidas maiores, como no caso do Brasil, África do Sul, Turquia e México, o apetite ao risco ainda não subiu como em outros com dívidas menores. Para o presidente do Banco Central, a hora é de focar em crédito, mantendo as pequenas e médias empresas em conversas com bancos e as grandes no mercado de capital.

Presidente do Banco Central fala sobre estreia do PIX

Campos Neto afirmou que a estreia do novo método de pagamentos do Brasil foi um sucesso. Houve apenas 7% de rejeição ontem, primeiro dia de funcionamento do sistema Pix, nível baixo na comparação com outras plataformas (o TED, por exemplo, tem uma taxa de 5%).

Quanto a esses problemas, Campos Neto afirmou que eles não foram causados por erros na máquina de liquidação do Banco Central e sim nos outros bancos, que ainda desenvolvem formas de processar melhor os dados. “O sistema é muito sólido e vai proporcionar ao brasileiro estabilidade e transparência”, disse.

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Vitor Azevedo

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