Ibovespa vira para alta com exterior positivo e movimentos do governo contra atos golpistas

O Ibovespa, que abriu em queda nesta segunda-feira (9) após diversos atos golpistas em Brasília, virou para o campo positivo. às 13h20, o índice opera em alta de 0,15% aos 109.123 pontos.

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Assim, as medidas adotas pelo governo contra os atos extremistas, o apoio de entidades, autoridades e da comunidade internacional não só atenuaram a desvalorização do Ibovespa como reverteram o desempenho do índice.

Além disso, o exterior também mostra valorizações no intradia, com avanço de 1,4% no S&P e 0,8% no Dow Jones, além da alta de 1% do índice paneuropeu Stoxx-600 em 1%.

Segundo Victor Inoue, head de produtos da WIT Invest, o efeito no índice Bovespa é limitado pois a maioria das declarações de centro de direita repudiam os atos. “Ou seja, não tem perigo de rompimento do atual governo”, diz.

Outro ponto que inibe um recuo forte do indicador da B3, acrescenta Inoue, é o fato de estar atrativo. “Esperava um pouco mais de queda, mas bateu mais no dólar, até porque lá fora cai. Difícil o Ibovespa cair muito mais pois o valuation está comprimido. Se não fossem os ataques, poderia acompanhar o exterior”, afirma.

Os ataques de grupos radicais na capital federal no domingo influenciam o índice Bovespa pois mostram uma situação de intranquilidade, expondo uma fragilidade “gigantesca” do Brasil, avalia a economista-chefe da CM Capital, Carla Argenta. Em sua opinião, em meio a estimativas de aumento das dúvidas, o investidor estrangeiro é o que mais tende a se retrair.

Apesar da gravidade das cenas de extremistas, o recuo é modesto, sem gerar “pânico”, como descreve Enrico Cozzolino, head de análise e sócio da Levante Investimentos.

Bolsa barata

Além disso, para Ariane Benedito, economista especialista em mercado de capitais, o desempenho moderado do mercado local pode estar associado ao fato de estar “subavaliado, a despeito das primeiras iniciativas do governo eleito, que elevaram o nível de risco político e econômico.”

Segundo a economista, a continuidade dos efeitos negativos dos atos golpistas nos ativos dependerá de como o governo se posicionará em relação aos acontecimentos, das medidas impostas e se haverá prolongamento das manifestações.

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No exterior, há alta dos ações internacionais e do petróleo, em meio a perspectivas de um Fed menos duro na condução dos juros e por reabertura da China.

Ao mesmo tempo, analistas avaliam como positiva a postura do presidente Lula (PT), ontem, durante os ataques. Avaliam com bons olhos a postura firme do governo federal, a indicação de união entre o Estado, entes regionais e a Suprema Corte, ainda que isso possa ser um teste de governabilidade ao presidente Lula.

Mesmo que a desconfiança não seja extrema, as dúvidas persistirão, dado que não se sabe até onde esses manifestos podem chegar. Isso porque os opositores ao governo podem não parar de agir. Há risco de bloqueios em estradas, por exemplo.

Ainda que o novo governo tenha assumido e que não haja espaço para contestação do resultado da eleição nas urnas, Bruno Takeo, analista da Ouro Preto Investimentos, pondera que é preciso acompanhar os acontecimentos passados e futuros com atenção.

“É preciso ver se os atos perdurarão e se continuarão fortes”, comenta.

Neste sentido, os investidores vão continuar monitorando com afinco os desdobramentos dos ataques ontem na capital federal e as eventuais novas ações de Lula, que se reúne com a ministra Rosa Weber (STF) e com governadores.

Entenda os atos em Brasília

Em meio aos ataques ontem em Brasília, o presidente Lula decretou uma intervenção sobre o governo do Distrito Federal e anunciou como interventor o atual secretário-executivo do Ministério da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Capelli.

Ao mesmo tempo, o Exército pôs 2,5 mil homens de cinco unidades do Comando Militar do Planalto (CMP) para enfrentar os radicais bolsonaristas que invadiram os prédios na praça dos Três Poderes. Já Alexandre de Moraes, do STF, determinou o afastamento por 90 dias do governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), do cargo, e a desocupação total dos acampamentos em 24 horas.

Maiores altas do Ibovespa

  • GOLL4: +3,6%
  • TOTS3: 3,6%
  • AMER3: +3,1%
  • CVCB3: +3%
  • EMBR3: +2,8%

Maiores baixas do Ibovespa

  • HAPV3: -8,2%
  • ENEV3: -2,7%
  • SMTO3: -2,2%
  • CSAN3: -2,1%
  • SOMA3: -1,5%

Última cotação do Ibovespa

O Ibovespa encerrou o pregão da sexta-feira (6) em alta de 1,23%, a 108.964 pontos.

Com informações do Estadão Conteúdo

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Eduardo Vargas

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