‘Cenas deprimentes’, ‘baderna’, ‘golpistas’, ‘punição exemplar’: as reações dos políticos às invasões em Brasília

As invasões das sedes dos Três Poderes em Brasília movimentaram o mundo político neste domingo (8). Pelo Twitter, autoridades se manifestaram e pediram a punição dos criminosos. O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), disse que o Congresso nunca dará espaço “para a baderna, a destruição e vandalismo“.

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“O Congresso Nacional jamais negou voz a quem queira se manifestar pacificamente. Mas nunca dará espaço para a baderna, a destruição e vandalismo. Os responsáveis que promoveram e acorbetaram esse ataque à democracia brasileira e aos seus principais símbolos devem ser identificados e punidos na forma da lei”, escreveu Lira.

“A democracia pressupõe alternância de poder, divergências de pontos de vista, mas não admite as cenas deprimentes que o Brasil é supreendido nesse momento. Agiremos com rigor para preservar a liberdade, a democracia e o respeito à Constituição”, concluiu.

A ministra do Planejamento, Simone Tebet, classificou as invasões como “atitude criminosa e radical de golspitas” que “precisa de punição exemplar”. Tebet defendeu que políticos coniventes com o ocorrido e também os financiadores das invasões sejam “responsabilizados com rigor”.

Gleisi Hoffmann, presidente do PT, criticou o governo do Distrito Federal e cobrou o governador Ibanais Rocha (MDB) e também Anderson Torres, que foi ministro da Justiça no governo Bolsonaro e acabou exonerado do cargo de Secretário de Segurança Pública do DF ainda enquanto se desenrolava a invasão. “Governador e seu secretário de segurança, bolsonarista, são responsáveis pelo que acontecer”, defendeu Hoffmann.

Horas depois da invasão, Ibaneis informou a desoneração de Torres, disse que está em Brasília “monitorando as manifestações” e prometeu “previdências para conter a baderna antidemocrática na Esplanada dos Ministérios”.

O ministro da Justiça, Flávio Dino, classificou os atos como uma “absurda tentativa de impor a vontade pela força”. “Essa absurda tentativa de impor a vontade pela força não vai prevalecer. O Governo do Distrito Federal afirma que haverá reforços. E as forças de que dispomos estão agindo. Estou na sede do Ministério da Justiça”, escreveu.

Dino convocou uma reunião de emergência no Ministério da Justiça com o diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues.

Também houve repercussões internacionais às manifestações que deprederam as sedes do Executivo, do Judiciário e do Legislativo brasileiros. O presidente da Colômbia, Gustavo Petro, compartilhou um vídeo em que invasores destroem obras de arte na área interna do Congresso Nacional e disse que “o fascismo quebra e violenta a arte”. Ele prestou solidariedade a Lula e pediu uma reunião urgente da Organização dos Estados Americanos (OEA) para tratar do ocorrido.

O presidente da Argentina, Alberto Fernández classificou as invasões como uma “tentativa de golpe de estado”, expressou seu “repúdio ao que está acontecendo em Brasília” e disse que Lula pode contar com seu apoio e o do povo argentino.

O governador de São Paulo e aliado de Bolsonaro, Tarcísio Gomes de Freitas (Republicanos), usou o Twitter para dizer que atos semelhantes não serão admitidos no estado e afirmou que o uso da violência, da depredação e o cerceamento de direitos esvaziam a legitimidade das manifestações. Em São Paulo, golpistas chegaram a interditar a Avenida 23 de Maio, uma das principais da capital paulista.

Também aliado do ex-presidente, o governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), disse que as cenas em Brasília “são inadimissíveis” e reiterou seu compromisso “com a ordem democrática”. “Seremos enérgicos contra toda e qualquer manifestação que não respeite os patrimônios público e privado, e o direito de ir e vir dos cidadãos do Rio de Janeiro”.

Presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e ministro do STF, Alexandre de Moraes chamou de “desprezíveis” os “ataques terroristas à Democracia e às Instituições Republicanas”. Moraes prometeu punição aos responsáveis e disse que “o Judiciário não faltará ao Brasil”.

O ministro do Supremo Tribunal Federal Luís Roberto Barroso escreveu no Twitter que “o terrorismo é a vitória do mal e do crime disfarçados de ideologia” e que o dia foi “de luto para as pessoas de bem de qualquer credo político”.

Gregory Prudenciano

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