Ibovespa flerta com a mínima do ano após variante ômicron. Aonde o índice vai parar?

Uma nova variante do coronavírus, chamada de omicron pela OMS (Organização Mundial da Saúde), levou os mercados globais a um grande movimento de aversão ao risco nesta sexta-feira (26). O Ibovespa caía cerca de 3,65% às 14h, de volta aos 101.974 pontos. Em Nova York, as perdas estão em torno de 2%, em dia que as bolsas fecham mais cedo por causa da Black Friday.

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Identificada na África do Sul, a nova variante, Omicron, assusta os mercados devido à sua forte capacidade de mutação. A preocupação é de que esta cepa seja resistente à vacina por esse motivo.

Segundo a OMS, será preciso esperar algumas semanas para entender o impacto dessa nova onda de Covid-19. Já foram sinalizados casos na África do Sul, Botsuana , Bélgica, Israel e Hong Kong.

Com a notícia, o Ibovespa devolveu seus ganhos dos últimos dias e retornou aos 101 mil pontos, acompanhando o pessimismo dos mercados internacionais.

Às 16h48, o Ibovespa caía 3,51%, segurando os 102.090 pontos. Na mínima do dia, o índice de ações chegou a 101.494 pontos, após cair 4,08%.

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Expectativa versus realidade

Para Rodrigo Franchini, sócio da Monte Bravo Investimentos, é necessário cautela, justamente porque não se têm muitas informações sobre essa nova variante. Ele lembra que, na África do Sul, as taxas de vacinação da população estão muito baixas, enquanto no Brasil os números são promissores.

Países da Europa já passam por problemas de novos contágios por causa do percentual alto de não vacinados. “Tudo isso deve ser considerado e entra na caixa de expectativas e espera dos investidores”, diz Franchini.

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Ele pondera que, para o próximo ano, a expectativa é que as bolsas globais tenham um menor fluxo devido ao aumento de juros no mundo como um todo e isso também deve ser levado em consideração para avaliar o fenômeno de aversão ao risco visto hoje.

“O mundo naturalmente terá demanda por papéis de renda fixa e juros. E já que existe esse viés para o ano que vem, por que eu vou ficar comprando risco agora sem saber exatamente o que pode ou não acontecer?”, exemplifica ele com a indagação.

Para especialistas, as bolsas estão caindo hoje, inclusive a bolsa brasileira, justamente pelo assombro e incertezas com a nova variante.

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E como fica o Ibovespa agora?

Franchini acha difícil avaliar o que pode acontecer nos próximos dias, considerando que não se sabe “o que essa variante pode ou vai se tornar”.

“Se ela se tornar algo muito mais perigoso do que nós já vimos e as vacinas não funcionarem, aí realmente vamos ter novas medidas restritivas”, diz o sócio da Monte Bravo Investimentos.

Ele acredita que tanto o setor de turismo como o de varejo e de energia, que são os que recebem um impacto mais direto com os lockdowns da pandemia, devem voltar para os patamares de queda verificados no ano passado.

Neste caso, o Ibovespa também manteria a volatilidade observada nos últimos tempos e operando em níveis mínimos.

E existe ainda um outro fator crucial para esse cenário: o de subsídios governamentais. “O mundo não está pronto para uma nova variante. Os países não têm mais espaço fiscal para oferecer subsídios como foi visto no ano passado e ao decorrer desse ano”, alerta o especialista.

Com tudo isso no radar, longe do Ibovespa, esta sexta é dia de busca por proteção. Os ativos escolhidos pelos investidores são os Treasuries – títulos públicos dos Estados Unidos (+1,50%), o dólar (+0,35%) e o ouro (+0,9%).

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Monique Lima

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