Grana na conta

Ibovespa: Natura (NTCO3) cai 31,3%; veja as 5 maiores quedas de novembro

Novembro foi o quinto mês consecutivo em queda do Ibovespa. O principal índice da Bolsa de Valores fechou no vermelho com as incertezas políticas e econômicas internas, e com a nova variante ômicron. No mês, o indicador acumulou queda de 1,58%. Já no ano, o índice apresenta uma desvalorização de 14,37%.

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Com o Ibovespa no vermelho, as cinco empresas listadas que registraram a maior queda em novembro chegaram a acumular baixa de mais de 30%, caso da Natura (NTCO3) que lidera o ranking. Além disso, novembro, conhecido por ser um bom mês para as empresas de e-commerce com a Black Friday, não foi tão bom assim para o Magazine Luiza (MGLU3) e para a Locaweb (LWSA3).

Mais: no último pregão do mês, o Ibovespa chegou a bater a mínima com 100.074,61 mil pontos, mas encerrou a sessão em queda de 0,87%, aos 101.915,45 pontos.

Veja as 5 maiores quedas do Ibovespa em novembro:

  • Natura (NTCO3): – 31,39%
  • Locawevb (LWAS3) : -27,92%
  • Magazine Luiza (MGLU3): -27,84%
  • Assaí (ASAI3): -16,61%
  • Banco Pan (BPAN4): -15,27%

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Natura: queda é reflexo do desempenho do 3T21

A Natura ocupa o primeiro lugar das ações do Ibovespa mais desvalorizadas no mês de novembro.

O resultado é reflexo do seu desempenho no terceiro trimestre deste ano. A companhia reportou lucro líquido de R$ 269,9 milhões, uma queda de 28,69% na comparação com o mesmo período no ano passado.

“O desempenho da Natura &Co no terceiro trimestre, como esperado, repercute nossa maior base de comparação da história, diante do mesmo período do ano passado, bem como um ambiente externo difícil, com efeitos contínuos e desiguais da pandemia nos principais mercados, com aumento da inflação e interrupções na cadeia de suprimentos e no frete”, explicou a Natura.

Para o mercado a empresa de cosméticos reportou resultados fracos.

Locaweb: impacto dos juros

Em um cenário de juros mais elevados e desaceleração da economia, as empresas de e-commerce tendem a serem impactadas negativamente, como foi o caso da Locaweb.

Na análise do Itaú BBA, a empresa não está em seu melhor momento e pode enfrentar cenário ainda mais complicado no ano que vem. Com isso, a instituição cortou quase pela metade o preço-alvo das ações, que foram de R$ 33,10 ao fim de 2021 para R$ 19 em 2022, redução de 43%. Mas a recomendação de compra foi mantida.

“Salientamos que a empresa – de hospedagem de sites, serviços de internet, e-commerce e computação em nuvem – pode ser negativamente afetada por um aumento do CAC no curto prazo devido ao acirramento da concorrência e à reabertura de lojas físicas, embora a métrica (valor do ciclo de vida do cliente (LVT)/ custo de aquisição de clientes) permaneça perto de 20 vezes na divisão de comércio. A maioria dos novos vendedores possui lojas físicas, reduzindo a rotação de clientes devido ao maior atrito com o encerramento das operações”, escreveu o BBA.

Magazine Luiza: queda de 68,7% no ano

Não é de hoje que o Magazine Luiza aparece entre as maiores quedas do mês. Isso porque os papéis da varejista já acumulam queda de 68,7% no ano.

Segundo o levantamento da Economatica, encomendado pelo site Metrópoles, do ano passado para este o Magazine Luiza perdeu metade do que valia na Bolsa de Valores (B3). O valor de mercado do Magalu passou de R$ 159,6 bilhões para R$ 71,3 bilhões, correspondendo a uma perda de R$ 88 bilhões. Ou seja, 55,3%.

Na análise do mercado, as ações do Magazine Luiza e de outras varejistas estão sofrendo com o atual cenário macroeconômico nacional, que traz elevado nível de inflação, juros em alta e desemprego elevado. Todos estes fatores impactam o poder de compra dos consumidores.

O próprio Magazine Luiza atribuiu ao seu resultado trimestral à deterioração do cenário macroeconômico.

Assaí: o preço das aquisições

A desvalorização das ações do Assaí é atrelado à compra de 71 lojas do Extra por R$ 5,2 bilhões, o que gerou descontentamento por parte dos acionistas da empresa.

Após a conclusão da aquisição, o Itaú BBA rebaixou a recomendação para o Assaí para neutro com preço-alvo de R$ 20,00. “Estamos profundamente incomodados com o fato que a minoria acionista não estáparticipando do fechamento desta operação, e que o Assaí está pagando a maior avaliação por loja (mais de R$ 100 milhões cada) que já vimos”, informou o relatório.

Na análise da instituição, a empresa pagou cerca de R$ 57 milhões por loja e espera comprometer investimentos adicionais de transformação entre R$ 35 a R$ 40 milhões. Isso soma mais de R$ 100 milhões por loja, em comparação com os cerca de R$ 65 milhões em investimentos que uma nova loja requer atualmente (excluindo imóveis).

Banco Pan afetado pelo mau humor do Ibovespa

Apesar de apresentar um resultado sólido, o Banco Pan foi influenciado pelo mau humor do Ibovespa.

No terceiro trimestre deste ano, o banco apresentou lucro líquido de R$ 191 milhões, alta de 12% frente ao resultado do mesmo período do ano passado. Mas, em relação ao lucro do segundo trimestre desse ano, o montante representa uma queda de 5%. Os principais fatores para o desempenho foram margem financeira robusta, custo de crédito sob controle e receitas crescentes de prestação de serviços.

Além disso, a instituição financeira comprou a Mosaico (MOSI3). Com o negócio, as duas empresas pretendem complementar oferta de serviços aos 12,4 milhões de clientes do Pan e aos 22 milhões de usuários mensais das plataformas da Mosaico.

Investir em ações do Ibovespa

Antes de qualquer investimento em ações é importante ressaltar que quitar as dívidas deve sempre ser a prioridade. Os analistas da SUNO Research sempre salientam que é necessário antes poupar dinheiro para depois investir no Ibovespa, e nunca se endividar para investir ou investir endividado.

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Poliana Santos

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