Ibovespa fecha em alta, aos 116 mil pontos, com arcabouço fiscal no radar e ganhos da Petrobras (PETR4) e Vale (VALE3)

O Ibovespa fechou em alta de 1,32% nesta terça-feira (22), aos 116.156 pontos. O indicador teve impulso dos ganhos da Vale (VALE3), que sobe com a alta do minério, e da Petrobras (PETR4).

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As ações preferenciais da Petrobras (PETR4) fecharam com alta de 1,11% e as ordinárias (PETR3), com avanço de 1,34%. No lado oposto, papéis da Vale (VALE3) apresentaram alta de 2,66%.

Entre as maiores altas na bolsa, a liderança ficou com o IRB (IRBR3), que ganhou quase 9%. A Minerva (BEEF3) valorizu 6%. Na ponta negativa, destaque para Petz (PETZ3), com perdas de 5%.

O principal índice de ações da B3 teve um pregão de recuperação garantida principalmente pelas ações de commodities, depois que o minério de ferro subiu mais de 4% na China.

A alta não é maior porque os preços do petróleo enfrentam instabilidade e os juros dos Treasuries abandonaram o sinal de baixa que exibiam mais cedo.

Segundo Renato Reis, analista da DVInvest, a alta da bolsa hoje se deve em grande parte à alta do minério, que dá boa sustentação às ações da Vale e de empresas de siderurgia. No entanto, ressalva, não há mudança significativa nos cenários da China, Estados Unidos e Brasil que justifiquem alteração do quadro de cautela do investidor.

“Alguns fatores vêm pesando no mercado e impedindo um desempenho melhor: aumento de combustíveis, inflação e os resultados trimestrais das empresas não tão positivos quanto os investidores esperavam”, explica Reis.

No radar dos investidores

Os investidores aguardam também a votação do arcabouço fiscal na Câmara entre hoje e amanhã. A reunião da véspera entre a Câmara e o Ministério da Fazenda sobre o arcabouço fiscal terminou sem acordo sobre a permissão, incluída no texto pelo Senado, para o governo prever despesas condicionadas no Orçamento de 2024.

“A Fazenda e o Planejamento insistem na despesa condicionada, argumentando que dará mais tranquilidade e previsibilidade”, disse o relator do projeto, Cláudio Cajado (PP-BA).

No radar do mercado, está ainda a participação do presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, em evento do Santander, bem como da ministra do Planejamento, Simone Tebet, em seminário da pasta sobre Avaliação e Melhoria do Gasto Público, e também a discussão pela Aneel de revisão dos valores das bandeiras tarifárias.

Já o diretor de Política Monetária do BC, Gabriel Galípolo, estará em evento da Fiesp e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva fala em painel do Fórum Empresarial do Brics, na África do Sul, às 11h.

A arrecadação de julho ficará também no radar em meio a preocupações com o impasse na votação da pauta fiscal no Congresso. A mediana esperada é de R$ 204,784 bilhões em julho, após R$ 180,475 bilhões em junho, segundo o Projeções Broadcast.

Maiores altas e baixas do Ibovespa

Dólar recua com alívio dos treasuries e alta de commodities

O dólar opera em baixa ante o real e outros pares emergentes ligados a commodities, em manhã de alívio no rendimento dos Treasuries e com apetite moderado por ativos de risco nos mercados, alta de bolsas e de preços de produtos básicos, como metais e alguns agrícolas.

O movimento ocorre após reação ruim dos investidores ao corte de juros para um ano na China, que ficou abaixo do esperado, na segunda-feira (21).

Perto das 10h30, o dólar recuava 0,45%, cotado a R$ 4,971.

Em dia de agenda externa modesta, a alta de produtos básicos induz uma realização de lucros nos mercados nesta terça-feira, o que beneficia uma recuperação das divisas emergentes e ligadas a commodities, como o real, segundo operadores de mercado.

Na segunda-feira, o dólar à vista subiu a R$ 4,9787 (alta de 0,22%), ampliando a valorização mensal para 5,27%.

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Bolsas asiáticas e europeias sobem nesta terça

As bolsas asiáticas fecharam o dia em alta nesta terça-feira (22). No caso das chinesas, os índices se recuperaram após reagirem mal na véspera à decisão de política monetária do Banco do Povo da China (PBoC, na sigla em inglês), enquanto Tóquio esteve apoiada por ganhos de ações do setor bancário.

Em Xangai, a bolsa local fechou no azul, em alta de 0,88%, a 3.120,33 pontos, enquanto a de Shenzhen, de menor abrangência, subiu 0,47%, a 2.029,30 pontos.

O mercado se recuperou após reagir mal na véspera à decisão de juros do PBoC, já que esperava uma postura mais agressiva do BC para apoiar a economia.

Ações de telecomunicações e fabricantes de software se saíram bem nesta terça-feira, com China Mobile em alta de 3,2% e China Telecom, de 5,5%.

Na Bolsa de Tóquio, o índice Nikkei registrou ganho de 0,92%, para 31.856,71 pontos. As ações de bancos estiveram apoiadas, em quadro de avanço nos bônus de longo prazo do governo do Japão, com o retorno do bônus de 10 anos do país atingindo máxima desde janeiro de 2014. Havia ainda expectativa pelo Simpósio de Jackson Hole, que o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) realiza nesta semana.

Em Dalian, o minério de ferro saltou 4,47%.

Em Hong Kong, o índice Hang Seng subiu 0,95%, a 17.791,01 pontos, com recuperação após perdas recentes, com ações de varejistas e do setor de tecnologia em destaque. Zhongsheng Group Holdings subiu 5,9% e Alibaba Health Information Technology, 2,8%.

Na Coreia do Sul, o índice Kospi registrou avanço de 0,28% em Seul, a 2.515,74 pontos. O avanço de ações do setor de tecnologia em Nova York ajudou, com papéis locais ligadas a baterias e à internet exibindo ganhos.

Em Taiwan, o índice Taiex fechou em alta de 0,34%, em 16.437,61 pontos.

Na Oceania, em Sydney o índice S&P/ASX 200 subiu 0,09%, a 7.121,60 pontos. Ações de tecnologia, do setor imobiliário e do financeiro exibiram altas, para compensar a fraqueza vista em parte do mercado local. Megaport subiu 17%, após reduzir seu prejuízo anual em 80% em seu mais recente balanço. Fornecedora de software, Altium subiu 26%, para fechamento recorde, após divulgar estimativa mais forte que a prevista para o ano fiscal de 2024.

Bolsas europeias e americanas também sobem

Em dia de agenda mais vazia, as bolsas europeias seguem o rali de tecnologia na Ásia e exibem ganhos robustos. As mineradoras avançam em Londres, com apoio do minério de ferro. Rio Tinto e Anglo American sobem 2,19% e 2,74%, respectivamente, enquanto BHP tem ganho limitado (alta de 0,32%) pela queda anual no lucro do segundo trimestre.

A petroleira BP também exibia alta modesta de 0,23%, com o petróleo levemente em baixa nesta manhã.

Já em Nova York, os futuros dos principais índices estão em território positivo. Os rendimentos dos Treasuries recuam moderadamente, depois de renovar máximas em 16 anos na véspera. Investidores estarão atentos a falas de três dirigentes do Fed ao longo do dia, na expectativa de Jerome Powell em Jackson Hole, na sexta (25). Confira os índices perto das 7h:

  • Londres (FTSE100): +0,64%
  • Frankfurt (DAX): +1,03%
  • Paris (CAC 40): +1,23%
  • Madrid (Ibex 35): +1,10%
  • Europa (Stoxx 600): +1,11%

A agenda de indicadores ganha fôlego hoje à noite, na Ásia, quando o Japão dá largada na rodada preliminar global de PMIs de indústria e serviços de agosto, o que pode ter impacto nas bolsas asiáticas nessa quarta-feira (23).

Cotação do Ibovespa nesta segunda (21)

O Ibovespa terminou o pregão de ontem (21) em queda de 0,85%, aos 114.429,35 pontos.

Com informações de Dow Jones Newswires e Estadão Conteúdo

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Giovanni Porfírio Jacomino

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