Ibovespa cai e fecha aos 100 mil pontos; Petrobras (PETR4) se recupera, mas Vale (VALE3) e bancos puxam perdas

Ibovespa encerrou o pregão desta quarta-feira (5) em queda de 0,88% aos 100.977,85 pontos, após oscilar entre 99.897,78 e 101.960,48 pontos. O volume financeiro do dia somou R$ 20,3 bilhões. 

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bolsa de valores hoje precisou lidar com a queda das commodities no mercado internacional, o que impactou as blue chips do Ibovespa. A Vale (VALE3), por exemplo, recuou 1,47% em meio às incertezas sobre a reabertura econômica da China e as medidas que o país tem tomada para segurar os preços do minério de ferro.

Outro ticker de peso da bolsa brasileira que acumulou perdas durante o pregão foi a Petrobras (PETR4;PETR3) — mas virou para o positivo no fechamento. Além da queda do petróleo no mercado internacional, foi impactada hoje pelas declarações do ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, que afirmou que haverá a mudança da política de preços sobre os combustíveis.

A estatal negou a informação e conseguiu estancar a sangria nas ações no Ibovespa, cujos ativos preferenciais e ordinários fecharam com altas de 0,33% e 0,15%, respectivamente. Segundo Rodrigo Cohen, analista de investimentos e co-fundador da Escola de Investimentos, o anúncio do ministro impactou a Petrobras por dois motivos:

  • ingerência política na estatal;
  • menor lucro com redução do diesel.

“Quem vai querer ficar numa empresa que não tem lucro? Então, isso faz com que Petrobras, nesse momento, caia na bolsa. Mas essa queda foi reduzida, após a estatal afirmar que não recebeu nenhuma proposta do Ministério sobre a alteração na política de preços”, pontua Cohen.

Junto a desvalorização e volatilidade da Vale e Petrobras, seus pares de setores fecharam em queda. Entre as mineradoras e siderúrgicas, recuaram CSN Mineração (CMIN3), CSN (CSNA3), Gerdau (GGBR4) e Usiminas (USIM5). Entre as petroleiras, os papéis da PetroRio (PRIO3), 3R Petroleum (RRRP3) e Petroreconcavo (RECV3) cederam.

Enquanto isso, no mercado internacional, a prévia do Payroll (ADP) nos Estados Unidos mostrou uma desaceleração na criação de vagas de trabalho. “O consenso do mercado era de uma criação de 200 mil vagas, o indicador veio com 145 mil vagas criadas, e isso ajudou a derrubar o dólar por aqui, indicando uma desaceleração na economia americana”, pontua André Fernandes, head de Renda Variável e sócio da A7 Capital.

Apesar disso, ele alerta que outro indicador importante, também divulgado hoje, o PMI do Setor de Serviços, foi de 51,2 (abaixo do consenso do mercado de 54,5), ainda se mantém em território expansionista, mostrando que a atividade econômica ainda segue forte nos EUA.

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Ainda assim, o dólar hoje fechou em queda (0,64%), a R$ 5,0499, após oscilar entre R$ 5,0175 e R$ 5,0768. Já as bolsas de Nova York fecharam mistas, confira abaixo:

  • Dow Jones: +0,24% (33.482,59 pontos);
  • S&P500: -0,25% (4.090,21 pontos);
  • Nasdaq: -1,07% (11.996,86 pontos).

“O mercado hoje tem uma percepção de que a economia americana deve entrar em recessão, mesmo que leve (soft landing), e isso contribui para a desvalorização do dólar no mundo. Ao olharmos o DXY [índice dólar, que representa o dólar contra uma cesta de moedas de países desenvolvidos], ele caiu mais de 2% em março”, explica Fernandes.

Entre os ativos bancários no Ibovespa hoje, exceto pelo Bradesco (BBDC4) que teve alta de 0,84%, o fechamento foi de perdas. O Itaú (ITUB4) recuou 0,08%, o Banco do Brasil (BBAS3) desvalorizou 0,36% e o Santander (SANB11) caiu 1,66%.

Ainda na ponta negativa do pregão, em meio ao clima de aversão a risco, os papéis de consumo caíram forte. No fechamento, destaque para o Assaí (ASAI3), Alpargatas (ALPA4) e Natura (NTCO3), impactadas pela discussão sobre a retirada do desconto do ICMS da base da cálculo do IRPJ/CSLL.

“No caso de Natura, aliado à questão do ICMS, houve a venda da Aesop recentemente, o melhor ativo do portfólio da empresa, e mercado não digeriu bem essa venda”, comenta André Fernandes.

Já na ponta positiva do Ibovespa, destaque para Ecorodovias (ECOR3), Via (VIIA3) e Qualicorp (QUAL3), que subiram em movimentos técnicos. “As três empresas possuem posições shorts por parte dos investidores em patamares elevados, e acreditamos que o movimento de hoje se caracteriza por cobertura desses shorts.”

Veja as maiores altas e baixas do Ibovespa hoje

Cotação do Ibovespa nesta quarta-feira (5)

Ibovespa fechou o pregão desta quarta-feira (5) em queda de 0,88% aos 100.977,85 pontos.

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Janize Colaço

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