Ibovespa sustenta nível de 135 mil pontos e fecha com sexta alta consecutiva
O Ibovespa fechou nesta segunda-feira (28) em sua sexta alta consecutiva, desta vez de 0,21%, aos 135.015,89 pontos. O giro financeiro na abertura de mais uma semana com feriado foi de R$ 20,4 bilhões, abaixo da média diária de R$ 23 bilhões.

Na máxima intradia pela manhã, o índice alcançou 135.709,27 pontos (+0,72%), maior nível desde 16 de setembro, mas diminuiu expressivamente os ganhos no período da tarde. Segundo analistas, não houve fator para azedar o sentimento do mercado, mas também não houve novidades para estimular um avanço mais forte.
Henrique Lenzi, operador de renda variável da Manchester Investimentos, avalia que o investidor agora espera mais sinais – com dados macroeconômicos e balanços importantes durante esta semana – para entender se o índice tem ou não potencial de subir mais do que o movimento atual.
Na quarta-feira, por exemplo, os Estados Unidos divulgarão o relatório de empregos ADP, a primeira leitura do Produto Interno Bruto do primeiro trimestre e o PCE, índice de preços de gastos com consumo qye é o principal índice de inflação adotado pelo Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) nas decisões de política monetária.
Principal ponto de atenção dos mercados globais, um eventual acordo entre Estados Unidos e China segue sem desdobramentos concretos. Nesta segunda-feira, o secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, afirmou que cabe à China diminuir tensões comerciais com os EUA, frente ao atual nível “insustentável” das tarifas entre ambos.
Já Pequim parece não estar com pressa em implementar políticas que podem ajudar a estabilizar a economia em crise, apesar de as tarifas dos EUA começarem a pesar sobre o país, segundo reportagem da Dow Jones.
No cenário local, operadores mencionam que o rali recente do Ibovespa ocorreu por uma junção de fatores: múltiplos descontados, expectativa de fim do ciclo de aperto monetário pelo Copom e o excepcionalismo americano – de que os EUA seriam um refúgio seguro – sendo colocado em xeque desde que a política tarifária de Donald Trump começou. Com isso, o fluxo estrangeiro tem sido positivo por quatro pregões consecutivos.
Ibovespa: confira altas e baixas
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Bolsas americanas têm dia misto à espera de balanços
As bolsas de Nova York fecharam a segunda-feira sem direção única, com o Dow Jones avançando moderadamente, o S&P 500 perto da estabilidade e leve queda no Nasdaq. Wall Street se prepara para uma semana movimentada de resultados corporativos, com a divulgação dos balanços financeiros mais recentes de quatro das empresas do grupo “Sete Magníficos” – Microsoft, Meta, Amazon.com e Apple.
Dados econômicos cruciais sobre crescimento, inflação e emprego também serão divulgados. O Dow Jones subiu 0,28%, aos 40.227,77 pontos; o S&P 500 marcou alta de 0,06%, aos 5.528,75 pontos; e o Nasdaq teve queda de 0,10%, aos 17.366,13 pontos.
O presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, disse acreditar que existe um sentimento e um desejo de sentar da China e dos Estados Unidos para negociar tarifas, mas ponderou que a redução das tensões comerciais não tende a ser “um passeio no parque”.
“Desde abril, com a implementação do tarifaço, o contexto mudou completamente. Então, é importante analisar os dados já considerando esse novo ambiente. Além disso, temos um feriado no meio da semana, o que deve quebrar um pouco a atividade dos mercados”, projeta Fernando Bresciani, analista de investimentos do Andbank.
“Fica claro que os investidores mantém uma cautela maior e menos aversão a risco. Nos EUA, o clima é de espera também em relação aos dados que serão divulgados nessa semana”, aponta Fabio Louzada, economista, planejador financeiro e fundador da Eu me banco.
Com Estadão Conteúdo