Ibovespa fecha em queda em pregão de liquidez reduzida e ajustes de fim de ano

O Ibovespa encerrou o pregão desta segunda-feira (29) em queda, em um dia marcado por liquidez reduzida, ajustes técnicos e cautela dos investidores na reta final do ano. O principal índice da B3 recuou 0,47%, aos 160.147,49 pontos, após passar boa parte da manhã em baixa e tentar uma recuperação parcial no período da tarde.

Durante a sessão, o Ibovespa oscilou entre a máxima de 161.133,33 pontos e a mínima de 159.701,72 pontos, refletindo um mercado com pouca disposição para risco e ausência de catalisadores relevantes. O volume financeiro somava cerca de R$ 13 bilhões antes dos ajustes finais, bem abaixo da média diária de R$ 24,4 bilhões observada ao longo de 2025.

Apesar do recuo no dia, o índice caminha para encerrar 2025 com valorização superior a 33%, registrando o melhor desempenho anual desde 2016.

Ajustes técnicos e cenário político no radar

O pregão foi dominado por ajustes de posições típicos do período entre o Natal e o Ano Novo, com investidores reduzindo exposição ao risco. O noticiário político seguiu no radar, mas sem novidades capazes de alterar de forma mais consistente o humor do mercado.

Gabriel Uarian, analista CNPI da Cultura Capital, avalia que o movimento do dia deve ser interpretado como um ajuste técnico em uma semana encurtada. Para ele, o mercado já precifica uma disputa eleitoral acirrada e mantém prêmio de risco elevado, sem sinal de mudança estrutural no humor até o encerramento do ano.

Cotação do dólar hoje

O dólar comercial voltou a subir no mercado doméstico, impulsionado pelas remessas de dividendos e pagamentos ao exterior, movimento tradicional no fim do ano. A moeda norte-americana encerrou o dia cotada a R$ 5,57, em alta próxima de 0,4%, contribuindo para um viés mais defensivo no pregão.

No exterior, as bolsas americanas fecharam em queda, em um dia de realização de lucros e menor apetite ao risco:

  • Dow Jones: -0,51%, aos 48.461,93 pontos
  • S&P 500: -0,35%, aos 6.905,74 pontos
  • Nasdaq: -0,50%, aos 23.474,34 pontos

Maiores altas e baixas do Ibovespa

No desempenho setorial, as ações da Vale (VALE3) pressionaram o índice e fecharam em queda, destoando da alta do minério de ferro no mercado internacional. O papel foi o mais negociado do dia, com giro financeiro superior a R$ 1 bilhão.

Entre as maiores altas, destaque para empresas do setor de energia, com a Brava Energia (BRAV3) liderando os ganhos, apoiada pela forte valorização do petróleo no mercado internacional. A Petrobras (PETR4) conseguiu reduzir perdas ao longo da sessão e encerrou o dia em alta.

Na ponta negativa, ações de bancos e empresas ligadas à economia doméstica recuaram em bloco, refletindo o ambiente de cautela e a menor disposição para risco neste fim de ano.

Com isso, mesmo em um pregão de baixa liquidez e ajustes técnicos, o Ibovespa encerra a penúltima sessão do ano pressionado, refletindo um mercado mais defensivo e em compasso de espera por novos catalisadores. O índice segue sensível ao noticiário político, ao comportamento do câmbio e ao ambiente externo, enquanto investidores ajustam posições na reta final de 2025.

Maíra Telles

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