Ibovespa fecha em leve baixa com pressão do IPCA-15 e ruído político nos EUA

 O Ibovespa encerrou em leve queda nesta terça-feira (26), recuando 0,18%, aos 137.771,39 pontos, após oscilar entre a mínima de 137.058 e a máxima de 138.036 pontos. O giro financeiro foi de R$ 20 bilhões, acima dos dias anteriores, mas ainda abaixo da média de meses anteriores. Com isso, o índice acumula queda de 0,14% na semana, enquanto mantém ganhos de 3,53% em agosto e de 14,54% no ano.

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O pregão foi marcado pela leitura do IPCA-15 de agosto, que registrou deflação de 0,14%. Apesar de negativo, o número veio abaixo das expectativas de mercado, frustrando apostas mais otimistas de corte antecipado da Selic. Os juros futuros reagiram em alta, refletindo a percepção de que a inflação de serviços continua resiliente.

No cenário externo, a cautela aumentou após o presidente Donald Trump anunciar a demissão da diretora do Federal Reserve, Lisa Cook, acusando-a de fraude hipotecária. A medida ampliou as dúvidas sobre a independência da autoridade monetária americana e adicionou ruído político ao mercado global.

Segundo José Áureo Viana, planejador financeiro, sócio e private banker na Blue3 Investimentos, a leitura do IPCA-15 pesou mais sobre o índice do que o cenário externo. “Embora o dado tenha mostrado deflação, o resultado foi menos negativo do que o esperado, e isso desanimou parte do mercado. Serviços seguem mais resilientes, mostrando que a atividade doméstica ainda não perdeu força. Isso reforça a necessidade de cautela na trajetória de juros no Brasil”, afirmou. Ele acrescenta que, apesar do impacto do noticiário político nos EUA, o movimento foi de realização local após altas recentes.

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Entre os destaques, a Vale ON chegou a subir 0,89% na máxima do dia, ajudando a suavizar as perdas do índice. Já Petrobras teve desempenho negativo (ON -0,51% e PN -0,72%), acompanhando a queda superior a 2% do petróleo em Londres e Nova York.

O dólar e os juros futuros também fecharam em alta, refletindo a leitura de que a inflação brasileira ainda não cede de forma linear e que o ciclo de cortes da Selic não deve ser antecipado para 2025.

Principais bolsas dos EUA refletem apetite por risco apesar da instabilidade política

Nos Estados Unidos, os mercados fecharam em alta nesta terça, impulsionados por um rali de fim de pregão que deixou os principais índices próximos de recordes:

  • S&P 500 avançou 0,4%, para 6.465,94 pontos
  • Dow Jones subiu 0,3% (135,6 pontos), alcançando 45.418,07 pontos
  • Nasdaq Composite teve alta de 0,4%, fechando em 21.544,27 pontos
  • O índice de empresas menores Russell 2000 ganhou 0,8%, para 2.358,60 pontos
    AP News

O movimento positivo foi liderado por setores como tecnologia, industrial e financeiro. Boeing saltou 3,5% após um mega pedido de 100 aviões da Korean Air. EchoStar disparou 70,2% em reação ao anúncio de compra de licenças de espectro pela AT&T por US$ 23 bilhões

Maiores altas e baixas do Ibovespa

Última cotação do Ibovespa

Ibovespa encerrou as negociações da última segunda-feira, 25, em alta mantendo-se acima dos 138 mil pontos.

Com informações da Agência Estado

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Maíra Telles

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