‘Prévia do PIB’ recua em maio e preocupa o mercado; entenda o que isso significa

O IBC-Br, indicador do Banco Central que funciona como uma espécie de “prévia do PIB”, caiu 0,7% em maio na comparação com abril. É a primeira retração mensal registrada pelo índice em 2025. A última queda havia ocorrido em dezembro do ano passado, quando o indicador recuou 0,9%.

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Os dados foram divulgados nesta segunda-feira (14) pelo Banco Central. Mesmo com o recuo mensal, o indicador ainda mostra crescimento de 3,4% na parcial do ano e avanço de 4% nos últimos 12 meses. Na comparação com maio de 2024, houve alta de 3,2% sem ajuste sazonal.

O que é o índice IBC-Br?

O IBC-Br é o Índice de Atividade Econômica do Banco Central e serve como uma prévia mensal do PIB. Ele considera dados da indústria, agropecuária e setor de serviços para medir a evolução da economia brasileira ao longo do tempo.

Embora não substitua o PIB oficial, calculado pelo IBGE, o IBC-Br é amplamente utilizado por analistas, investidores e gestores públicos como um indicador de tendência.

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O que significa o recuo do IBC-Br

A retração do indicador em maio, segundo especialistas, reforça os sinais de desaceleração da economia brasileira. De acordo com Flávio Serrano, economista-chefe do Banco Bmg, o resultado ficou abaixo do esperado. “O IBC-Br registrou contração de 0,7% MoM no mês de maio, ficando abaixo das nossas expectativas (-0,2%)”, afirmou.

A maior surpresa veio da agropecuária, com retração de 4,2% no mês. “O recuo foi influenciado, principalmente, pela retração do IBC-Br Agropecuária (-4,2%), refletindo uma dissipação do impulso observado nos primeiros meses do ano”, explica Rafael Perez, economista da Suno Research.

Segundo ele, esse movimento ocorreu não apenas por uma acomodação natural após um início de ano favorável, mas também por um efeito base elevado, que limita novos avanços expressivos. “Apesar disso, o consumo das famílias segue sustentado por um mercado de trabalho resiliente, o que tem dado algum suporte à atividade”, completou Perez.

Projeções para o PIB

A leitura negativa do IBC-Br acendeu alertas sobre o desempenho do Produto Interno Bruto (PIB) nos próximos trimestres. De acordo com Perez, “esperamos um ritmo de crescimento mais moderado no segundo trimestre em relação ao observado no início do ano”, com projeção de alta de 0,6% no PIB do período.

Serrano projeta crescimento de 2,5% para o IBC-Br e de 2,1% para o PIB em 2025. Ele avalia que o segundo semestre será marcado por uma fraqueza ainda maior da atividade. Entre os fatores de risco, estão os efeitos persistentes da política monetária restritiva e o aumento das incertezas no cenário internacional.

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Giovanna Oliveira

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