Home office acabará com os fundos imobiliários de escritório?
Os fundos imobiliários de lajes corporativas “já passaram pelo pior momento” proporcionado pelo isolamento social em decorrência da pandemia, segundo Fernando Didziakas, sócio da Buildings, empresa de pesquisa imobiliária.
Apesar de muitos investidores terem a ideia de que o mercado de fundos imobiliários para lajes corporativas possa sofrer com o avanço do home office, o especialista pontuou que não é bem assim.
A pandemia acabando com FIIs de escritórios é “conversa de churrasco”, disse.
Didziakas explicou que a característica cíclica e o momento em que o setor de construção se encontra mostram que o investidor pode encontrar oportunidades no mercado imobiliário de São Paulo, cidade mais populosa do país.
Atualmente, o setor tem uma taxa de vacância acima do ponto de equilíbrio histórico, segundo os cálculos da empresa de pesquisa.
Didziakas defendeu que o mercado se encontra em equilíbrio quando a taxa de vacância ronda os 10%. As estimativas para o terceiro trimestre de 2022 apontam para uma taxa de vacância de 20,8% em São Paulo, o que sugere que o próximo movimento será de maior procura por aluguéis e diminuição da taxa de imóveis desocupados.
“O mercado encontra equilíbrio entre taxa de vacância e preço e 10%. Aí, o poder de barganha não tá nem na mão do proprietário, nem do inquilino”, afirma.
Por outro lado, o nível de construção de novos empreendimentos em São Paulo está abaixo da média histórica.
E como o mercado, em seu movimento cíclico, não encontrará uma grande variedade de novos empreendimentos para serem ocupados, a tendência é que o preço do aluguel do metro quadrado seja jogado para cima, beneficiando os cotistas dos fundos imobiliários.
Isso quer dizer que, segundo dados da empresa, a tendência é a de que fundos imobiliários de lajes corporativas continuem a ser um bom negócio para investidores — principalmente aqueles que buscam boa remuneração com proventos.
“A taxa de vacância vai cair e o preço vai subir em 2023, e o que sobe juntos? Dividendos“, disse.