Ações da Hapvida (HAPV3) e NotreDame (GNID3) disparam: fusão cria “rede única”, diz XP

Após a Hapvida (HAPV3) e a NotreDame Intermédica (GNDI3) anunciarem durante o final de semana que acertaram os termos para o acordo de fusão entre as duas companhias, a XP Investimentos e o BTG Pactual (BPAC11) comentaram a operação. Para os analistas das duas casas, o resultado deve ser positivo. Os especialistas da corretora definiram a empresa resultante como uma “rede única” no Brasil.

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A XP, que acabou de iniciar a cobertura das empresas, fixou os preços-alvo para as ações ordinárias da Hapvida em R$ 21 e para a NotreDame Intermédica em R$ 117. O BTG não divulgou valores exatos para os preços das ações. Às 11h as ações da Hapvida subiam 7,61%, negociadas a R$ 16,67, e as da NotreDame 7,35%, vendidas a R$ 93,08.

Para os analistas da XP, Vitor Pini e Matheus Soares, a Hapvida e a NotreDame, mesmo separadamente, estão bem posicionadas para crescerem de forma orgânica. A fusão, entretanto, elevará o desempenho a novos patamares. “Juntas elas criam uma rede complementar única de abrangência nacional com espaço adicional para uma consolidação inorgânica e sinergias relevantes”, afirmam.

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A XP acredita que as principais sinergias se concentrarão na venda cruzada, no menor gasto com materiais, na redução da sinistralidade, na expansão da rede própria e na otimização de despesas gerais e administrativas. Já o BTG Pactual vê as sinergias sendo “enormes”, com apenas o gasto com o fisco caindo R$ 6 bilhões e os gastos recuando em até R$ 20 bilhões.

Os analistas da corretora pontuam que o número de pessoas no Brasil que possuem planos de saúde está estável desde 2016 e que, apesar disso, as duas companhias mostraram crescimentos orgânicos no período, com a Hapvida avançando 36% e a NotreDame, 41%, desde então.

A XP acredita também que a penetração dos planos de saúde entre a população do Brasil é baixa. Apenas 22% dos brasileira possui um produto do tipo. Nos Estados Unidos, para fins de comparação, 68% dos cidadãos possuem um plano de auxílio médico. Com a retomada econômica e com o envelhecimento da população brasileira, os analistas veem a demanda aumentando, podendo chegar até 30% em 2030, no caso de seguir o modelo visto de 2000 a 2014.

O BTG vai no mesmo caminho, acreditando que a vasta cobertura geográfica e a venda de planos individuais devem impulsionar os resultados da nova empresa.

Fusão de Hapvida e NotreDame impulsionam vantagens competitivas

Por outro lado, apesar de uma pequena parte da população possuir planos, o número de operadoras no Brasil é o dobro do que nos Estados Unidos. São 700 empresas do tipo, contra 350 no país norte americano. Com a fusão, a XP vê a Hapvida e a NotreDame ganharem ainda mais vantagem competitiva, com planos individuais mais baratos.

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As duas companhias já oferecem produtos com ticket médio inferior aos dos seus concorrentes e possuem uma sinistralidade também menor. A combinação dos negócios, para a XP, deve permitir que as empresas cresçam com “alta rentabilidade”.

“Com maior eficiência e ticket médio quase 50% menor na comparação com o plano concorrente mais barato, acreditamos que a Hapvida e a GNDI estão bem posicionadas para continuar ganhando participação de mercado à medida que oferecem planos mais baratos”, afirmam.

A XP acredita que a NotreDame e a Hapvida devem ainda continuar a realizar novas aquisições no futuro, focando em mercados poucos explorados, com estados grandes figurando nessa lista, como por exemplo o Paraná e o Rio de Janeiro. Nenhuma das duas casas acreditam que o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) criará problemas para a operação.

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Vitor Azevedo

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