Hapvida (HAPV3) despenca mais de 40% após resultados do 3T: o que decepcionou o mercado?
As ações da Hapvida (HAPV3) estão liderando, com folga, as perdas do Ibovespa nesta quinta-feira (13). Por volta das 13h15, os papéis da companhia despencavam 44,15%, cotados a R$ 18,25, após a divulgação do balanço do terceiro trimestre.
A operadora de planos de saúde reportou lucro líquido ajustado de R$ 338 milhões entre julho e setembro, avanço de 12,7% em relação ao mesmo período de 2024. O número, embora positivo, veio acompanhado de queda de 17,6% no Ebitda ajustado, para R$ 746 milhões, e aumento na sinistralidade, que atingiu 75,2%.
Os resultados ficaram aquém do esperado pelo mercado. O consenso da LSEG previa lucro de R$ 248 milhões e Ebitda de R$ 842 milhões. A reação negativa se intensificou após análises de bancos de investimento apontarem deterioração operacional e redução nas margens futuras.
Por que os resultados da Hapvida (HAPV3) foram tão decepcionantes?
De acordo com o BTG Pactual, o terceiro trimestre da Hapvida foi “muito fraco” e revelou “uma combinação de fatores desafiadores”.
O banco destacou que o Ebitda ajustado atingiu o menor patamar em três anos. Em relatório, o banco destacou que 25% da perda de Ebitda veio justamente do índice de sinistralidade mais elevado, além do aumento das despesas comerciais e dos custos administrativos adicionais.
Além disso, o BTG chamou atenção para um conjunto de efeitos não recorrentes que mascararam parcialmente o resultado. Ao ajustar esses itens, o banco estimou que o Ebitda teria sido de R$ 613 milhões, cerca de 25% abaixo da projeção inicial. “Esses números devem pesar fortemente nas expectativas de consenso para os próximos trimestres”, escreveu o time de análise.
Outra instituição que também apontou um cenário mais desafiador para a Hapvida foi o JPMorgan. O banco reduziu a recomendação das ações HAPV3 de compra para neutra e cortou o preço-alvo de R$ 52 para R$ 39 por ação. “A perda no resultado final foi impulsionada pela operação, refletindo uma combinação de adições líquidas limitadas, tíquete menor que o esperado e sinistros per capita acima do previsto”, afirmaram os analistas liderados por Joseph Giordano.
O JPMorgan ainda destacou que o lucro por ação ajustado caiu 38% na comparação anual, para R$ 0,22, valor 31% abaixo da estimativa do banco. Para os analistas, algumas pressões observadas nos resultados do Hapvida devem persistir em 2026, especialmente em meio à concorrência mais agressiva no segmento de saúde suplementar.
O BTG também revisou suas projeções para os papéis da Hapvida (HAPV3). O banco cortou em 20% as estimativas de Ebitda para o próximo ano, destacando que “é difícil esperar margens muito acima dos níveis atuais, já que parte dos desafios vistos no 3T deve persistir”. Apesar de manter recomendação de compra, o BTG reduziu o preço-alvo de R$ 67 para R$ 50 por ação.