Hapvida (HAPV3): analistas explicam por que elevaram o preço-alvo dos papéis; ações fecham em alta 

O Itaú BBA elevou o preço-alvo das ações da Hapvida (HAPV3), após resultados sólidos no 2º trimestre de 2023 (2T23). Em relatório divulgado nesta terça-feira (12), a instituição financeira classifica a Hapvida como a favorita no setor de saúde, recomendando compra. Hoje à tarde, as ações da companhia sobem no Ibovespa. 

“Após resultados sólidos do 2T23 da Hapvida, estamos revisando nossas projeções para Hapvida (HAPV3) para cima em todos os aspectos. Nosso novo valor justo para o final de 2024 é de R$ 7 por ação [antes era R$ 6]”, cita a equipe do BBA. 

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Para analistas, o desempenho fraco anualizado da Hapvida é atribuído a fatores macroeconômicos – os microeconômicos têm menos impacto. Além disso, o BBA aponta que a empresa está negociando com um P/E (Preço/Lucro) de 14x em 2024 e 10x em 2025, representando um ponto de entrada atrativo para os investidores. 

“Os resultados do 2º trimestre de 2023 da Hapvida mostraram tendências melhores do que as expectativas, concentradas em um crescimento do ticket médio mais rápido do que o esperado, que resultou em um MLR melhor do que a sazonalidade sugeriria”, explica o BBA. 

Hapvida: analistas elogiam controle de custos e ticket médio 

O BBA afirma que ocorreu um aumento rápido do ticket médio observado no 2T23, o que deve ser esperado também, segundo analistas, nos preços contínuos na segunda metade do ano. “No 3º trimestre de 2023, observamos que a empresa está ajustando sua rede de prestadores de serviços, transferindo credenciamentos de hospitais de terceiros para provedores mais econômicos ou sua própria rede”, apontam analistas.

O banco diz que a Hapvida mostra uma abordagem cautelosa em relação às adições líquidas de curto prazo, e está comprometida com a rentabilidade por meio de estratégias como aumentos de preços e ajustes em sua rede de prestadores de serviços. 

“Embora essas medidas possam prejudicar as perspectivas de crescimento orgânico a curto prazo, acreditamos que seria injusto assumir que essa tendência persistirá. Olhando para o futuro, o controle de custos eficiente da Hapvida deve posicionar a empresa como provedora dos produtos mais acessíveis do setor”, relata o BBA. 

Hapvida: melhora na eficiência deve impulsionar margens, diz BBA 

Para analistas, a melhoria na eficiência em SG&A (despesas administrativas, de vendas e gerais) deve impulsionar a expansão da margem da Hapvida. De acordo com o BBA, a companhia após a fusão com a GNDI (Grupo NotreDame Intermédica) está realizando atualizações em relação a despesas com pessoal 

“Esperamos que uma parte significativa da expansão da margem do Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) nos próximos 12 meses venha não apenas da normalização do MLR, mas também da eficiência em SG&A”, afirma a equipe do BBA. 

Dessa forma, após revisar o lucro líquido projetado para 2023 e 2024 em alta de 52% e 22%, respectivamente, analistas apontam a empresa com uma avaliação atrativa, negociando a 14x P/E em 2024 e 10x em 2025.

Prejuízo da companhia recuou 48,4% e somou R$ 161 mi no 2T23

Hapvida  apurou prejuízo líquido de R$ 161,1 milhões no segundo trimestre de 2023, ante perdas de R$ 312,3 milhões um ano antes, um recuo de 48,4%. No critério ajustado, a companhia teve lucro líquido de R$ 221,6 milhões, queda de 8% ante igual intervalo de 2022.

Ebitda ajustado da Hapvida ficou em R$ 606,2 milhões, crescimento de 4,1% na comparação anual. A margem ficou em 8,9%, recuo de 0,7 pontos porcentuais na mesma base. Já a receita líquida da Hapvida somou R$ 6,839 bilhões entre abril e junho de 2023, 12,4% acima do segundo trimestre de 2022.

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Segundo a Hapvida, em seu release de resultados divulgado nesta quarta-feira, 9, o aumento da receita foi beneficiado “pelo crescimento da linha de negócio de planos de saúde, resultado da estratégia de reajuste e recomposição de margem apesar da redução do número de beneficiários”.

resultado financeiro líquido no trimestre encerrado em junho ficou negativo em R$ 246,9 milhões, queda anual de 4,8% e trimestral de 42,6%. Segundo a companhia, as despesas financeiras da Hapvida no 2T23 reduziram R$ 22,3 milhões, passando de R$ 623,6 milhões no primeiro trimestre para R$ 601,4 milhões entre abril e junho, destacando-se principalmente as reduções de R$ 19,1 milhões de instrumentos derivativos.

A companhia atingiu R$ 5,3 bilhões de dívida líquida frente a R$ 7,5 bilhões (2,32x Ebitda) no encerramento de março, principalmente em razão de recebimentos de R$ 1,2 bilhão da operação de Sales & Leaseback e de R$ 1 bilhão da captação líquida do follow-on. A alavancagem ficou em 1,61x, 0,71 ponto porcentual (p.p.) menor que no trimestre anterior.

Cotação

As ações da Hapvida fecharam em alta de 4,25%, cotadas a R$ 4,63, nesta terça (12).

Cotação HAPV3

Gráfico gerado em: 12/09/2023
1 Ano

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Vinícius Alves

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