Guido Mantega na Vale (VALE3): nomeação recebe apoio de ministro

Em comentário durante o Fórum Econômico Mundial em Davos, na Suíça, o ministro de Minas e Energia (MME), Alexandre Silveira, defendeu as qualificações de Guido Mantega para comandar a Vale (VALE3), dizendo que o ex-ministro da Fazenda é o “mais longevo” da história do Brasil e “alguém extremamente preparado”.

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No entanto, Silveira não quis comentar sobre as movimentações do governo Lula (PT) para emplacar o nome do ex-ministro da Fazenda na mineradora, afirmando que só haverá posição quando for definido o processo de sucessão de Eduardo Bartolomeo na empresa, no fim de janeiro.

“É claro que não é possível ninguém fazer nenhuma imposição à Vale. Agora, é um direito do governo sentar como acionista, mesmo minoritário, para discutir qual a melhor estratégia, a estratégia convergente entre o interesse do acionista e o interesse do país”, pontuou o ministro do MME.

Aliados do presidente Lula articulam entre os acionistas da Vale a indicação de Mantega para a presidência da mineradora. Uma opção seria o ex-ministro ocupar antes um dos dois assentos que a Previ, fundo de pensão dos funcionários do Banco do Brasil (BBAS3) tem entre os 13 conselho de diretores.

Em Davos, Alexandre Silveira criticou ainda a manutenção que a empresa faz das barreiras nas áreas de mineração. Sem dar maiores detalhes, disse que o governo vai examinar todas as concessões de direitos minerários no país, sem descartar revisões.

Apesar do elogio à Mantega, Silveira afirmou que a indicação do ex-ministro da Fazenda de 2006 a 2014 é apenas uma especulação. “O ministro de Minas e Energia está dialogando com a Vale sobre a sua participação, tanto dos nomes no Conselho quanto dos nomes que participarão da Diretoria Executiva”, disse.

O ministro de Minas e Energia lembrou também que, pelo fato de a Vale se tratar de uma “corporation” – ou seja, empresa com controle privado, sem acionistas com mais de 10% de participação – o governo é impedido de fazer qualquer imposição.

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Desempenho ruim no início do ano? Vale (VALE3) é a preferida do BBA, que projeta recuperação e mais de 20% de alta nas ações

Na semana passada, analistas do Itaú BBA, em seu novo parecer sobre as ações da Vale, reiteraram que enxergam a companhia como sua predileta dentre o segmento de siderurgia e mineração – apesar de a companhia apresentar desempenho negativo no Ibovespa em 2024, com queda de 7%.

O relatório se deu após uma revisão de modelo do BBA. A casa manteve o preço-alvo dos papéis da Vale em R$ 88 – o que implicaria em uma alta de 22% nos papéis VALE3, dada a cotação atual.

Contudo, para as ADRs da companhia, o preço-alvo foi cortado de US$ 19 para US$ 18.

“Atualizamos nosso modelo para incorporar o novo guidance da Vale para investimentos, volumes e custos e nossas mais recentes premissas macroeconômicas e de custo de capital, além da curva de preços de minério de ferro”, justifica Daniel Sasson.

Os especialistas destacam que o mercado de minério de ferro deve seguir relativamente apertado no curto prazo.

“Os preços do minério de ferro têm oscilado em cerca de US$ 130 a 140 por tonelada nas últimas semanas, apoiado pelas expectativas de aumento no consumo de aço e demanda na China após o anúncio de dois pacotes de estímulo no país”.

O BBA ressalta que, juntos, os dois pacotes deverão totalizar cerca de 2 trilhões de yuans (ou cerca de US$ 280 bilhões), o que poderia compensar uma recuperação lenta do mercado.

“Em suma, prevemos uma dinâmica de oferta e demanda um tanto restrita para a indústria de minério de ferro entrando em 2024, com produção sazonalmente mais fraca no 1T24 e produção de aço ainda resiliente na China” conclui a casa sobre as ações da Vale, que pode ter o ex-ministro Guido Mantega como conselheiro.

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Giovanni Porfírio Jacomino

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