Guedes: “Petrobras (PETR4) vai seguir o caminho da Eletrobras (ELET3)”

O ministro da Economia, Paulo Guedes, voltou nesta terça-feira (14) a falar sobre a possibilidade de privatização da Petrobras (PETR4). Disse que “o caminho da petroleira será o mesmo feito na Eletrobras (ELET3)“, que passou por um processo de capitalização que terminou com o controle estatal sobre a companhia. “Não conseguimos apoio para fazer desestatização muito rápida. Focalizando as empresas. Primeiro, a Eletrobras era monopólio verticalizado, vendeu a cadeia de distribuição, depois as cadeias de transmissão. E agora finalmente privatizamos a empresa”, disse. “A Petrobras é a mesma coisa. Vendeu a cadeia de distribuição. No final, está limitada ao core business, que é a exploração de petróleo. Aí nós podemos também privatizar e aumentar a competição”, completou.

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Para Guedes, o único resultado de monopólio verticalizado é desinvestimento. “Estamos subinvestindo em energia elétrica e petróleo há décadas. Brasil cresce menos e a distribuição não é justa.”

A pouco mais de seis meses para o fim do mandato de Jair Bolsonaro, o ministro da Economia prometeu que o governo vai aprofundar e acelerar as privatizações. Para isso, voltou a falar na criação do Fundo Brasil, que, segundo ele, será composto por meio de ativos com maior liquidez de empresas públicas.

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A ferramenta, de acordo com o ministro, servirá para corrigir dois problemas. O primeiro é o da queda do investimento público, que está nessa trajetória há 30 anos. “Não foi o governo Bolsonaro que fez isso. É o esgotamento do modelo, que ficou falido, o modelo se rompeu. As estatais perderem competitividade e algumas foram corrompidas”, afirmou.

O segundo problema a ser atacado, conforme Guedes, é o da pobreza, que precisa ser erradicada no Brasil. “O Brasil foi assaltado, e o nosso governo recuperou essas empresas, agora é preciso distribuir recursos”, argumentou. Para ele, o legado das estatais que os militares fizeram tem que ser preservado. “Tem que ser como filhos, deixar que saiam de casa. Podemos transformar isso em recursos”, defendeu.

O ministro da Economia ainda voltou a citar os esforços fiscais realizados desde o início do governo, com combate ao excesso de gastos, como a reforma da Previdência. “Não dá tempo de gerar um pequeno superávit e esperar 5 a 10 anos para reduzir a dívida. Você tem que desinvestir.”

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Guedes: Brasil como ‘maior fronteira de investimentos aberta’

Guedes voltou a destacar que o Brasil se coloca hoje como “maior fronteira de investimentos aberta” em um momento de turbulência da economia global, em configuração de estagflação. “É um ambiente que nos lança desafios, com o aumento do preço da comida e energia, mas também coloca o Brasil como maior fronteira de investimentos aberta”, disse.

Ele repetiu que o Brasil tem os requisitos necessários para ser a fronteira de investimentos neste momento de reconfiguração da cadeia de produção global, porque é próxima dos Estados Unidos e da Europa, ao contrário dos países da Ásia, e é uma democracia, ao contrário da Rússia. “Espero que China converse com Rússia sobre disfunções que guerra faz no mundo. Não há interesse da China que haja sanções econômicas para todos os lados”, disse, citando os interesses de comércio do gigante asiático.

Além disso, afirmou que o País tem três vertentes que fazem parte da economia do futuro: digitalização, energia sustentável e alimentar.

Guedes participou de palestra sobre a economia brasileira no Fórum de Investimentos Brasil 2022, promovido pela Apex Brasil.

É ‘patético’ dizer que vai ter congelamento, afirma Guedes

O ministro da Economia comentou a aprovação no Senado do projeto de lei complementar (PLP) 18, que limita a alíquota do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) sobre alguns itens, como combustíveis e energia, no Senado. O projeto ainda volta à Câmara.

Guedes refutou a ideia de que o pacote de redução de tributos sobre os combustíveis seja congelamento de preços. Na semana passada, Guedes apoiou pedido do presidente da República, Jair Bolsonaro, para que o setor de supermercados segure os preços em evento da Associação Brasileira de Supermercados (Abras) para que o setor segure os preços.

“É patético dizer que vai ter congelamento, é fantasma de tolices feitas no passado. Reduzimos a cunha fiscal”, disse o ministro.

Guedes argumentou que a medida proposta pelo governo, em conjunto com a redução anterior do IPI, visa a dar uma “margem de folga” para que, mesmo que ocorram aumentos de custos, tenha uma gordura para “não ficar reajustando toda hora”. “Se quiser fazer bem, se não quiser, que se dane”, completou.

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Reorganização das cadeias globais

O ministro da Economia voltou a defender as oportunidades para o País do nearshoring, reorganização das cadeias globais com objetivo de produção mais próxima da comercialização. Mas disse que isso não é suficiente, é preciso a reindustrialização do Brasil. “O Brasil está perto e é amigo de países do Ocidente e Oriente.”

Guedes também disse que o Brasil “está se movendo para frente”, citando a privatização da Eletrobras e também a perspectiva de desestatização do Porto de Santos.

Guedes participa da abertura do Fórum de Investimentos Brasil 2022, promovido pela Apex Brasil. Também participam da abertura o presidente Jair Bolsonaro, o ministro das Relações Exteriores, Carlos França, e o presidente do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), Mauricio Claver-Carone.

(Com informações do Estadão Conteúdo)

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Redação Suno Notícias

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