Guedes diz que governo vai descentralizar recursos obtidos do pré-sal

O ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou na última sexta (16) que o governo deve redistribuir os recursos do pré-sal entre União e estados e municípios. A declaração foi dada durante o evento “A Nova Economia Liberal”, realizado na Fundação Getúlio Vargas (FGV), no Rio.

Segundo Guedes, o Estado concentra demais a arrecadação dos recursos do pré-sal, que devem movimentar de US$ 500 bilhões a US$ 1 trilhão nos próximos 15 anos. Atualmente, 70% fica com a União, e 30% é destinado aos estados e municípios. O ministro quer inverter essa proporção, deixando 70% da arrecadação do pré-sal com entes estaduais e municipais, enquanto o restante ficará sob cargo do governo federal.

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“Qual prefeito não vai apoiar esta medida? Qual deputado não gostaria de aprovar isso?”, questionou Paulo Guedes. “Esse é o pacto federativo. Acho difícil encontrar quem seja contra isso”.

A redistribuição dos recursos facilitar o presidente Jair Bolsonaro a conseguir apoio para a aprovação da reforma da Previdência no Congresso. É o grande projeto do governo, que pretende acertar as contas públicas e destravar os investimentos represados.

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Guedes também voltou a dizer que a prioridade do governo de Jair Bolsonaro é privatizar estatais, diminuir a dívida pública e cortar gastos.

Segundo ele, a segunda maior despesa do governo federal é com juros da dívida. “Vamos atacar as prioridades. A primeira delas é a Previdência. O segundo maior gasto são os juros da dívida“, afirmou.

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“Eu trouxe o Salim Mattar, com apetite enorme, doido para privatizar o máximo possível, doido para passar a faca”, disse o ministro, referindo-se ao secretario especial de Desestatização e Desinvestimento, secretaria do ministério da Economia com foco em privatizações.

Guedes diz esperar levantar R$ 1,2 trilhão com a venda de ativos da União, desejo já expresso anteriormente. Ele considera que o governo pode se livrar de empresas estatais e imóveis, hoje em posse da União. “No final vai a [privatização da] Petrobras também, vai o Banco do Brasil, tem que ir tudo”, disse. O ministro também defendeu a descentralização dos recursos provindos de impostos, que, segundo ele, estão muito concentrados no topo.

Guilherme Caetano

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