Gol (GOLL4): Prejuízo de R$ 2,8 bilhões no 4T21 eleva perdas a R$ 7,2 bi em 2021

Com a demanda por voos enfraquecida diante da disseminação da covid-19, e a estrutura de custos avançando em linha com a alta do preço de petróleo e combustíveis para a aviação, a Gol Linhas Aéreas (GOLL4) reportou um prejuízo líquido de R$ 2,81 bilhões no quarto trimestre de 2021.

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Apesar do resultado negativo, investidores da Gol viram potencial de melhora para o desempenho da companhia aérea e às 10h20 as ações GOLL4 avançavam 0,22% a R$ 13,41.

No ano, o prejuízo líquido acumulado ficou em R$ 7,22 bilhões, alta de 20,6% em relação a 2020, quando a empresa registrou perdas de R$ 5,99 bilhões. Entre os motivos que justificam o resultado negativo, têm destaque os gargalos de demanda por voos, causados pela disseminação da covid-19 e as restrições à circulação de pessoas.

Segundo os resultados operacionais da Gol, o número de passageiro por quilômetro transportado pago (RPK) aumentou 16,6 % no 4T21 em relação ao mesmo período de 2020, e atingiu 67,3% do valor de referência observado no mesmo período de 2019, antes do abalo causado pelo novo coronavírus. O RPK de dezembro de 2021 foi 74,3% do registrado em dezembro de 2019.

Já o número total de assentos por quilômetro ofertado (ASK) cresceu 14,5% ante o quarto trimestre de 2020, e alcançou 66,5% do valor de referência aferido no quarto trimestre de 2019. O ASK de dezembro de 2021 ficou em 74,5% do registrado em dezembro de 2019.

De acordo com a Gol, as vendas brutas no quarto trimestre de 2021 ficaram acima do resultado de 2019, período anterior à pandemia da covid-19, “restabelecendo voos entre os principais mercados no Brasil”, destaca.

A Gol também informou que a taxa de ocupação e de utilização das aeronaves apresentam tendência de melhora, com a frequência de voos aumentando 25% no quatro trimestre do ano passado.

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Custos e despesas da Gol no 4T21

Outro ponto que deve ser considerado no caso das aéreas são os custos operacionais, em especial, com combustível de aviação, em alta por conta do avanço da cotação do petróleo. No 4T21, os custos com combustível de aviação representaram R$ 1,01 bilhão, alta de 107,9% em relação ao mesmo período do ano anterior e cerca de 21,7% do total dos custos e despesas operacionais.

Em 2021, os custos com combustíveis somaram R$ 2,57 bilhões, alta de 42,8% em relação ao ano anterior.

Em comparação, os gastos da Gol com pessoal somam R$ 332,5 milhões no quarto trimestre de 2021 e R$ 1,13 bilhão no acumulado do ano, redução de 4,9% e 3,7% em relação aos mesmos períodos de 2020.

Segundo o balanço da Gol, a receita operacional líquida ficou em R$ 2,92 bilhões no quarto trimestre de 2021, alta de 54,5% em relação ao mesmo período do anterior. A companhia destaca que este é o melhor resultado trimestral desde o início da pandemia, “decorrência do foco nos custos, obtendo 36% de margem Ebitda ajustado”.

Os custos e despesas operacionais da Gol ficaram em R$ 4,67 bilhões no quarto trimestre de 2021 e em R$ 11,27 bilhões no acumulado de 2021.

A margem operacional da Gol ficou em -59,9% no último trimestre do ano passado, diferença de 43 pontos percentuais em relação ao mesmo trimestre um ano antes, de 16,9%.

O Ebitda ajustado ficou em R$ 1,05 bilhão no 4T21, alta de 88,4% em relação ao mesmo período um ano antes. No acumulado do ano, ficou em R$ 2,09 bilhões, redução de 15,2% em relação a 2020.

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Compromisso ESG da Gol

A companhia também destacou que “tem investido em diversas iniciativas para reduzir seus impactos ambientais, com destaque para a gestão das emissões de gases de efeito estufa”.

Entre as medidas, a Gol destaca a transição para os aviões da linha Boeing MAX, que propicia eficiência de custos e menores emissões de carbono.

“No ano de 2021, a Gol ultrapassou 33 mil horas de voo com o 737-MAX, contribuindo com uma economia de 16,2 milhões de litros de querosene de aviaçãoe a redução de mais de 40,6 mil toneladas de emissão de GEEs (gases de efeito estufa).”

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Pedro Caramuru

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