Fusão da Petz (PETZ3) e Cobasi deve ter restrições, avalia Cade inicialmente

A fusão entre as gigantes brasileiras de pet shop Petz (PETZ3) e Cobasi, desperta avaliações sobre o impacto concorrencial.

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O que viria a se tornar o maior negócio do setor “pet” no Brasil ainda terá de passar pelo crivo do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).

Segundo uma fonte do órgão comentou ao Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado), é pouco provável que um caso dessa grandeza seja aprovado sem algum tipo de restrição.

O acordo das empresas foi assinado nesta sexta-feira (19) e as análises ainda são preliminares.

Na sexta, as ações da PETZ3 dispararam mais de 30% na bolsa de valores brasileira.

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Mercado ‘pet’: Quais impactos esperar da fusão Petz-Cobasi?

A expectativa no órgão antitruste é de que o negócio gere muitas sobreposições, o que pode ser resolvido local a local.

Um interlocutor no Cade observou que, se as partes apresentarem um bom levantamento de “remédios” concorrenciais ao órgão, é possível que a análise não seja tão complexa.

Em fusões desse tipo, o ponto principal é saber quais lojas precisarão ser vendidas.

Além disso, em operações de varejo, a tendência é de que a análise pelo órgão antitruste seja feita dentro de cada cidade e, em municípios com mais de 200 mil habitantes, dentro de cada bairro.

O Cade tem até 240 dias para decidir sobre operações notificadas – e até 330 dias em casos mais complexos, o que precisa ser reconhecido pela Superintendência-Geral.

Em teleconferência sobre a fusão com a concorrente Cobasi, o CEO da Petz, Sergio Zimerman, disse que ainda não foram feitas conversas iniciais com o Cade, mas se mostrou otimista com a avaliação pelo órgão e reconheceu que eventuais “remédios” podem surgir, não vendo, contudo, que eles seriam “amargos”.

O CEO da Cobasi, Paulo Nassar, seguiu o mesmo tom. Ao Broadcast, ele afirmou que sua empresa e a Petz têm, juntas, cerca de 2% das lojas de seu segmento no País, o que indicaria, na visão dos empresários envolvidos na negociação, que os remédios do Cade devem ser leves.

“Somos otimistas com o Cade, porque a concentração de mercado é irrelevante”, afirmou Zimerman, da Petz.

Liderança e concorrência

Segundo relatório do BTG Pactual, cerca de 48% das lojas da Petz estão em São Paulo – em comparação com 54% da Cobasi.

No relatório no qual apontou que a fusão vai criar um player líder em num segmento particularmente desafiador, o BTG Pactual apontou que o segmento das duas concorrentes tem sido impactado por uma perspectiva cada vez mais competitiva nos últimos anos, especialmente pela expansão do comércio eletrônico e a queda nas vendas de produtos não alimentícios, conforme mostrou o Broadcast mais cedo.

O documento sobre a fusão da Petz com a Cobasi reforça ainda que o mercado continua altamente fragmentado, com os preços agressivos dos produtos em toda a cadeia.

Com informações de Estadão Conteúdo.

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Camila Paim

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