FTX: por que a 2ª maior corretora de criptomoedas do mundo enfrenta sua pior crise

Nos últimos dias, a corretora de criptomoedas FTX vem enfrentando problemas graves. Na última sexta-feira, a empresa entrou com um pedido de recuperação judicial. Em comunicado, a companhia ainda informou que o então presidente-executivo, Sam Bankman-Fried, renunciou ao cargo.

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Apesar da renúncia, a FTX informou que Bankman-Fried seguiria auxiliando a empresa em uma transição ordenada. Em seu lugar John J. Ray III foi escolhido como CEO da empresa.

O pedido de falência da FTX aconteceu com base no Capítulo 11 do Código de Falências dos Estados Unidos.

Em comunicado, a corretora de criptomoedas afirmou que “o alívio imediato do Capítulo 11 é apropriado para fornecer ao Grupo FTX a oportunidade de avaliar a situação dos ativos e desenvolver um processo para maximizar as recuperações para as partes interessadas”.

O pedido de recuperação judicial ocorreu após o valor do Token da empresa, o FTT, registrar forte queda — o que resultou em um volume considerável de saques por parte dos investidores.

No passado, o ecossistema da corretora de criptomoedas contava com mais de US$ 50 bilhões em ativos. Contudo, uma reportagem do CoinDesk informou que grande parte desse total era garantida pela FTX. A reportagem trouxe dúvidas sobre a liquidez da plataforma, de forma a ocasionar o alto volume de saques.

Antes da polêmica recente, Bankman-Fried era bem visto por investidores de risco. O executivo, inclusive, chegou a ser capa de revistas como a Forbes.

Quantia bilionária em fundos de clientes teria desaparecido

Conforme apurado pela Reuters, ao menos US$ 1 bilhão em fundos de clientes desapareceram da plataforma FTX, de acordo com duas fontes com conhecimento do assunto.

Essas pessoas afirmaram que Bankman-Fried teria transferido, de forma secreta, US$ 10 bilhões em fundo de clientes da corretora para a trading Alameda Research, do fundador da companhia. Desde então, uma parte considerável desse total teria desaparecido, segundo eles.

No último sábado (12), em comunicado sobre o desaparecimento da quantia bilionária em fundos, John Ray disse que “houve acesso não autorizado a certos ativos”. Ele explicou ainda que a companhia estava em contato com órgãos de polícias e autoridades. A FTX investiga eventual ataque hacker.

Seguindo parte da fase de concordata, a companhia divulgou que está transferindo os fundos restantes de moedas digitais para um local mais seguro de armazenamento.

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Famosos saem no prejuízo em caso envolvendo FTX

Diversos famosos podem ter perdido valores na crise envolvendo a FTX. Entre eles, estão o ex-casal Gisele Bündchen e Tom Brady.

No ano passado, eles disseram que tinham participação na empresa. Gisele chegou a ser nomeada consultora de iniciativas ambientais e sociais da FTX. Já Brady era embaixador da marca e fazia participação em comerciais da companhia.

A quebra da corretora de criptomoedas pode ter afetado outros famosos. Outras personalidades também contavam com parcerias públicas com a empresa. A lista inclui a cantora Katy Perry, o ator Larry David, além dos atletas Stephen Curry, da NBA, o piloto de F1 Lewis Hamilton, a tenista Naomi Osaka e ex-jogador da NBA Shaquille O’Neal.

Como a corretora usava moedas digitais e ações da companhia como uma parte do pagamento, os famosos parceiros podem ter registrado perdas milionárias no caso recente.

Bitcoin opera em baixa

Diante da polêmica recente no mercado de criptomoedas, o bitcoin passou a operar em patamar reduzido. Por volta das 18h, a principal moeda digital do mercado tinha valor aproximado de US$ 16,3 mil.

O valor atual está abaixo do registrado pelo bitcoin nos últimos meses anteriores à polêmica envolvendo a FTX, de aproximadamente US$ 19 mil.

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Silvio Suehiro

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